Conta de luz mais cara? Entenda o aumento e veja dicas para economizar

A conta de luz mais cara está pesando no bolso, né? Aqui explicamos o aumento dessa despesa e mostramos 9 dicas para economizar energia elétrica.
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Não é só impressão sua: a conta de luz mais cara é uma realidade.

Além da incidência da bandeira vermelha, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou no dia 29 de junho de 2021 o reajuste do valor das bandeiras tarifárias. Ou seja, a conta de energia vai aumentar mais ainda.

A bandeira vermelha 2 (e a mais cara dentre as bandeiras), por exemplo, sofreu um aumento de 52%, passando de R$ 6,24 para R$ 9,49 para cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.

Apesar do aumento expressivo, é importante destacar que não é o valor total da conta que ficará 52% mais caro, mas sim o preço a cada 100 kWh.

No total, o aumento anunciado vai representar uma alta de 5,45% na conta em comparação com o valor de junho.

Já no dia 31 de agosto, o governo anunciou uma nova bandeira tarifária chamada  “escassez hídrica”. O custo será de R$ 14,20 a cada 100 kWh. Mais adiante explicaremos os detalhes desta nova bandeira.

Vem com a gente.

Conta de luz mais cara: por que isso está acontecendo?

O aumento da conta de luz se deve principalmente à escassez das chuvas. Como a matriz elétrica brasileira é formada majoritariamente por hidrelétricas, os níveis dos reservatórios ficam baixos quando há pouca chuva e é necessário acionar as usinas termelétricas para gerar energia.

Inclusive, dados da ANEEL do segundo semestre de 2020 mostram que 58,97% das usinas do país são hidrelétricas, 25,53% são termelétricas, 9,14% eólicas e o restante são outras fontes, como as usinas termonucleares.

As termelétricas utilizam combustíveis fósseis (como petróleo, diesel, carvão mineral e gás natural) para produzir energia, os quais têm um custo mais elevado e são mais poluentes.

Por isso, todo o processo se torna mais caro e o consumidor final paga por isso na conta de luz por meio das bandeiras tarifárias.

Considerando que estamos passando pela maior crise hídrica dos últimos 91 anos, a ANEEL optou pelo reajuste das bandeiras tarifárias e, por consequência, a conta de luz vai ficar ainda mais cara.

O que são as bandeiras tarifárias?

As bandeiras tarifárias estão em vigor desde 2015 e têm as mesmas cores do semáforo. Elas sinalizam para o consumidor se no mês em questão a conta de luz estará mais cara ou não, conforme as condições de geração de energia.

Ou seja, as bandeiras têm o papel de mostrar quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia utilizada pela população nas casas, comércios e indústrias.

Veja abaixo quais são as bandeiras atualmente vigentes, já com os valores atualizados após o reajuste anunciado no final de junho:

  • Bandeira verde: indica que as condições de energia estão favoráveis e não há nenhum aumento na conta de luz
  • Bandeira amarela: sinaliza condições menos favoráveis para a geração de energia e há um acréscimo de R$ 1,87 para cada 100 kWh consumidos
  • Bandeira vermelha – patamar 1: mostra que as condições de geração de energia estão mais caras e há um acréscimo de R$ 3,97 para cada 100 kWh consumidos
  • Bandeira vermelha – patamar 2: aponta condições ainda menos favoráveis para a geração de energia e há um acréscimo de R$ 9,49 para cada 100 kWh consumidos

Em resumo, as bandeiras servem como “sinais” de alerta para economizar mais energia. Como estamos passando por um período de crise hídrica e as termelétricas estão ligadas, a conta de luz está sofrendo a incidência a bandeira vermelha patamar 2.

Nesse sentido, segundo o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, as bandeiras tarifárias dão ao consumidor a oportunidade de “se preparar e adaptar o seu consumo, fazendo um uso mais consciente da energia”.

Confira o vídeo da ANEEL com uma explicação rápida sobre as bandeiras tarifárias:

Para fins de comparação, uma geladeira com freezer pode ter um consumo mensal de, aproximadamente, 50 kWh — ou seja, na bandeira vermelha patamar 2, o custo para manter apenas a geladeira ligada é de R$ 4,74.

É claro que o consumo mensal vai variar de acordo com modelo, capacidade, fabricante e eficiência energética, então este é apenas um exemplo.

Já uma televisão pode ter um consumo mensal de cerca de 15 kWh, dependendo do tamanho, potência e horas de funcionamento.

E o ar-condicionado, o grande vilão da conta de energia elétrica, pode ter um consumo mensal de pelo menos 160 kWh, dependendo da potência térmica, potência elétrica e horas de funcionamento.

Por isso, atenção ao aumento da conta de luz e ao seu consumo para não ser pego desprevenido quanto o boleto (cringe?) chegar.

E a bandeira “escassez hídrica”?

A nova bandeira tarifária chamada “escassez hídrica” é ainda mais cara do que a bandeira vermelha patamar 2, com um custo de R$ 14,20 a cada 100 kWh. Isso representa um aumento de 49,63% em relação aos R$ 9,49 vigentes até então.

Ela deve entrar em vigor no dia 1º de setembro e a previsão é que esteja presente na conta de luz dos brasileiros até 30 de abril de 2022.

Considerando o valor médio da energia paga pelos consumidores, a nova bandeira pode provocar um aumento de cerca de 6,75% na despesa.

Vale destacar que os cidadãos que pagam a tarifa social não são afetados pela bandeira de escassez hídrica.

Como funciona o desconto na conta de luz anunciado pelo governo?

O governo também anunciou no dia 31 de agosto o desconto de R$ 0,50 por kWh para quem reduzir o gasto de energia entre 10% e 20%. A princípio, a iniciativa ficará em vigor de setembro a dezembro de 2021. 

Entenda os principais pontos: 

  • o desconto vale para consumidores residenciais e pequenos negócios;
  • a economia deve ser de, no mínimo, 10% em relação ao mesmo período do ano passado. A redução máxima é de 20%;
  • a comparação considerará o somatório de consumo de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2021 em relação aos mesmos quatro meses de 2020;
  • caso haja redução de consumo, o desconto será creditado na conta de janeiro de 2022.

9 dicas sobre como economizar energia elétrica no dia a dia

Não tem como escapar da conta de luz mais cara, mas é possível adotar alguns comportamentos para reduzir o consumo de energia elétrica e sentir um pouco menos o impacto do aumento dessa despesa:

  1. Reduzir o tempo de banho
  2. Tirar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso
  3. Checar a vedação da geladeira
  4. Optar por lâmpadas de LED
  5. Sempre apagar as luzes ao sair de um ambiente
  6. Não deixar a televisão ligada te assistindo
  7. Passar apenas as roupas realmente necessárias
  8. Acumular roupas para lavar
  9. Comprar equipamentos com maior eficiência energética

Confira os detalhes sobre cada uma das ideias.

1. Reduzir o tempo de banho

Nada de ficar pensando na vida durante o banho! Faça o que é preciso fazer e desligue o chuveiro assim que terminar. O ideal é que você leve cerca de cinco minutos.

Com um banho rápido, você economiza energia e água e, de quebra, contribuiu para o meio ambiente.

Dica: se você gosta de ouvir música no banho, crie uma playlist de cinco minutos, assim conseguirá controlar melhor o tempo.

2. Tirar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso

Sabe aquela luz vermelha que fica ligada quando os aparelhos estão desligados, mas estão na tomada? Pois então, isso também gasta energia.

Por isso, tire da tomada tudo o que não estiver em uso, como: televisão, micro-ondas, máquina de lavar roupa, secador, luminárias, fogão elétrico e cafeteira, para citar alguns exemplos.

Mais fácil deixar na tomada só o estritamente necessário, não é? Como a geladeira. Falando nela…

3. Checar a vedação da geladeira

Verifique periodicamente se a borracha da geladeira está vedando corretamente, pois o escape do ar frio também provoca um maior consumo de energia.

Além disso, nunca coloque alimentos quentes na geladeira. Isso demanda mais energia para gelá-los e não é bom para o alimento.

4. Optar por lâmpadas de LED

Apesar de serem um pouco mais caras, as lâmpadas de LED consomem menos energia e duram cerca de 25 vezes mais do que as lâmpadas comuns.

5. Sempre apagar as luzes ao sair de um ambiente

Não vai mais usar um cômodo? Apague a luz assim que sair, afinal, não há a necessidade de iluminar um local se não há ninguém lá, não é mesmo?

6. Não deixar a televisão ligada te assistindo

Essa certamente um clássico: “Ah, vou ligar a TV enquanto cozinho” ou “Vou ver TV para pegar no sono mais fácil”. Nada disso! Apenas ligue a televisão se você de fato tiver a intenção de assisti-la (e não o contrário).

7. Passar apenas as roupas realmente necessárias

Ninguém merece ficar passando roupa, convenhamos. Então, utilize o ferro de passar apenas quando for necessário e, ainda assim, deixe um montante acumular.

8. Acumular roupas para lavar

Evite utilizar a máquina de lavar com muita frequência. Por isso, opte por acumular uma determinada quantidade para lavar todas as peças de uma só vez.

Isso também vale para toalhas, roupas de cama e afins.

9. Comprar equipamentos com maior eficiência energética

É claro que você não vai sair trocando tudo o que tem, mas, quando for preciso, opte por equipamentos com maior eficiência energética — são aqueles que têm a etiqueta “A”, a qual indica um menor consumo de energia.

Quer saber mais? Veja aqui 5 dicas sobre como economizar em casa e reduzir seus custos.

Controle e planejamento financeiro também são importantes

Diante de um cenário tão desafiador para o bolso dos brasileiros, com a conta de luz mais cara, aumento do preço dos alimentos, alto índice de desemprego e inflação, para citar apenas alguns exemplos, é mais importante do que nunca manter as finanças devidamente organizadas.

Por isso, vale anotar todas as suas despesas (inclusive a conta de energia elétrica!) em uma planilha de gastos, por exemplo. A boa notícia é que temos uma pronta para ser usada, é só baixar a sua.

Deu para entender por que a conta de luz está mais cara e o que fazer para economizar energia elétrica? Conta para a gente nos comentários!

O propósito da Neon é diminuir desigualdades, mostrando caminhos financeiros mais simples e justos, porque todos merecem um futuro brilhante. A educação financeira é um dos principais pilares para fazer isso acontecer, por isso estamos aqui para te acompanhar em sua jornada com as finanças.

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Ana Gabriela Graças
Ana Gabriela Graças
Formada em Jornalismo, acredita no potencial de conteúdos para transformar a relação do brasileiro trabalhador com suas finanças.

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