6 gatilhos emocionais que te fazem gastar mais

Já ouviu falar em gatilhos emocionais? Eles são perigosos para o seu bolso porque fazem você gastar mais. Conheça-os e saiba lidar com eles.
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homem com cartão em uma mão e sacolas de compras na outra

Os gatilhos emocionais são os grandes vilões da sua vida financeira que tentam convencer você a gastar mais e investir por impulso.

Eles podem surgir a qualquer momento e nas mais diversas situações, mas o resultado é sempre o mesmo: gastos excessivos, investimentos duvidosos e risco de endividamento.

Continue lendo e entenda como controlar suas emoções para cuidar bem do seu dinheiro.

O que são gatilhos emocionais?

Gatilhos emocionais são pequenos “disparos mentais” que acionam emoções e comportamentos do nosso inconsciente em determinadas situações do dia a dia.

Eles estão frequentemente relacionados a traumas e experiências passadas, pois nos fazem reviver certos sentimentos e tomar algumas atitudes diante de um estímulo.

É como se uma situação tivesse o poder de gerar uma descarga emocional repentina em você, levando a ações impulsivas no calor do momento.

Geralmente, os gatilhos emocionais estão associados a situações negativas e perturbadoras vividas anteriormente, e quase sempre nos induzem a padrões de comportamento irracionais.

Algumas pessoas experimentam esse fenômeno quando sentem um cheiro específico, ouvem um som ou veem uma imagem, por exemplo.

Por isso vemos os famosos “avisos de gatilho” em certas publicações com conteúdo sensível, como uma forma de prevenir as ondas emocionais.

Além disso, é possível que os próprios sentimentos tomem a forma de gatilhos e desencadeiem reações inconscientes.

Como um gatilho financeiro funciona?

O gatilho financeiro é um tipo de gatilho emocional que leva você a tomar decisões precipitadas sobre suas finanças.

Gostamos de pensar que somos racionais na hora de usar nosso dinheiro, mas a verdade é que quase sempre somos influenciados por fatores psicológicos que estão além da nossa compreensão.

Existe até mesmo uma área do conhecimento dedicada a estudar esse fenômeno, chamada “economia comportamental”.

Enquanto a teoria econômica clássica enxerga os indivíduos como seres totalmente racionais, essa disciplina investiga como as emoções afetam escolhas financeiras e o movimento do mercado no geral.

Afinal, quem nunca fez uma compra em um momento de frustração ou de euforia sem pensar muito a respeito? Segundo um estudo do SPC Brasil, 52% dos brasileiros fazem compras por impulso com frequência.

E claro que os gatilhos financeiros têm um grande peso nessa estatística. Da mesma forma, os investidores são fortemente afetados pelas suas emoções na hora de tomar decisões sobre aplicações financeiras.

Isso explica os altos e baixos do mercado financeiro, que muitas vezes são motivados por episódios de pânico ou otimismo excessivo de seus agentes.

Os perigos de gatilhos emocionais nas finanças

Emoção e dinheiro não combinam, apesar de ser quase impossível evitar essa mistura. Normalmente, as decisões levadas pelo emocional fazem você sair no prejuízo, porque desconsideram todo o seu planejamento financeiro.

E não faltam situações que disparam sentimentos perigosos para o bolso, como a ansiedade, a tristeza e a euforia. Nesses momentos, você gasta muito mais do que devia ou investe sem conhecimento suficiente, buscando um alívio imediato ou a satisfação de um impulso.

Por isso, os gatilhos emocionais estão entre as principais razões do endividamento e precisam estar no radar de todos os consumidores conscientes.

Veja como o controle financeiro pode te ajudar com a ansiedade.

6 exemplos de gatilhos emocionais que ameaçam seu bolso

São vários os gatilhos emocionais que ameaçam seu bolso e podem comprometer seus objetivos. Veja os principais:

  1. Gatilho do imediatismo
  2. Gatilho da tristeza
  3. Gatilho da euforia
  4. Gatilho da ganância
  5. Gatilho da escassez
  6. Gatilho do medo

Explicaremos cada um deles a seguir.

1. Gatilho do imediatismo

O gatilho do imediatismo é aquela vontade imensa de comprar algo agora e obter a satisfação imediata, sem pensar nas consequências de amanhã. É algo que afeta a todos nós e também está relacionado a uma educação financeira deficitária.

No Brasil, o histórico de hiperinflação contribui para aumentar esse problema, pois muitas pessoas ainda aplicam a mesma lógica de consumo imediato da época.

Quando os preços disparavam repentinamente, as pessoas corriam para consumir antes de a moeda perder seu valor. Assim, era impossível falar em poupança e investimentos quando os índices de inflação chegavam a atingir absurdos 80%.

Felizmente esse tempo já passou, e não há mais motivos para apelar ao imediatismo.

Para ter uma vida financeira equilibrada, é preciso fazer justamente o contrário: substituir compras por impulso pelo consumo consciente e bem planejado, que considera a importância de poupar para o futuro.

2. Gatilho da tristeza

Quem nunca fez uma compra para aliviar um momento de tristeza ou frustração? De acordo com outro estudo do SPC Brasil que relaciona emoções às compras por impulso, 24,5% dos brasileiros compram sem pensar quando estão se sentindo deprimidos.

Esse índice é ainda maior entre as mulheres: 30,5% caem nessa armadilha de consumo. Já 22,6% afirmam que tendem a comprar mais quando estão chateados com algum evento recente.

Logo, o gatilho da tristeza é um dos grandes responsáveis por compras não planejadas que afetam o orçamento.

O problema é que esse comportamento gera endividamento, o que causa mais tristeza, criando um círculo vicioso difícil de interromper.

3. Gatilho da euforia

O gatilho da euforia é praticamente o contrário do gatilho da tristeza, pois a motivação para a compra vem de um estado de alegria exacerbada.

Acontece muito quando as pessoas são promovidas no emprego, são pedidas em casamento, passam no vestibular, entre outras situações que representam grandes realizações na vida.

Mas as conquistas podem se transformar em dívidas facilmente, pois esse gatilho nos leva a um pensamento do tipo “hoje eu mereço”, “preciso comemorar”.

Se isso for direcionado para o consumo, o resultado são compras por impulso mais uma vez.

4. Gatilho da ganância

A ganância é um dos gatilhos mais perigosos quando se trata de dinheiro. Nesse caso, o problema não é gastar demais, mas sim investir em aplicações muito arriscadas e possivelmente fraudulentas.

Basta ver quantas pessoas caem em golpes financeiros todos os dias, iludidas pelas promessas de ganhos muito acima da média e com baixo risco.

Atualmente, a moda é enganar os desavisados com ofertas irresistíveis de investimentos em criptomoedas. O mercado cripto realmente existe e é legítimo, mas vários golpistas utilizam esse pretexto para criar pirâmides financeiras.

E, se você se deixar levar pela ganância, pode acabar caindo em uma dessas armadilhas pela ansiedade de multiplicar seu dinheiro.

Veja como aprender a investir do zero de forma segura.

5. Gatilho da escassez

O gatilho da escassez é aquele que se apodera do consumidor quando ele lê frases como “últimas unidades”, “garanta o seu a tempo”, “compre antes que acabe”.

Basicamente, é a sensação de urgência que toma conta de nós quando surge uma oportunidade de compra com produtos ou vagas limitadas.

Esse gatilho também pode ser motivado por promoções por tempo limitado, que exploram a questão da urgência no consumo.

Segundo a pesquisa do SPC mencionada anteriormente, 30% dos brasileiros gastam mais do que o previsto em promoções por medo de perder a oportunidade de preço mais baixo.

6. Gatilho do medo

O gatilho do medo não é do tipo que gera gastos, mas faz com que as pessoas tenham pavor de qualquer tipo de risco e deixem de investir seu dinheiro.

O maior exemplo desse fenômeno é o fato de que 84,2% dos brasileiros ainda aplicam na poupança, o produto financeiro com menor retorno do mercado, segundo dados da ANBIMA.

Existem outros produtos com baixíssimo risco e rendimentos melhores, como o CDB, mas mesmo assim o medo de muitas pessoas impede a consideração dessas opções.

Como se proteger dos gatilhos emocionais?

Felizmente, você pode tomar várias medidas para se proteger dos gatilhos emocionais e cuidar bem do seu dinheiro. Veja algumas dicas:

  • Controle seu orçamento
  • Foque nos seus objetivos
  • Adie suas decisões de compra
  • Controle suas emoções

Confira os detalhes de cada uma das dicas.

Controle seu orçamento

Os gatilhos emocionais não vão te afetar tão facilmente se você tiver um bom controle de orçamento pessoal.

Isso significa manter um registro contínuo dos seus gastos e ganhos, e saber exatamente quanto você pode gastar por mês em determinados itens.

Assim, você tem um bom motivo para se manter na linha e não ultrapassar os limites do seu orçamento.

Experimente usar o método dos potes para se organizar e baixe nossa planilha de gastos para manter o controle.

Foque nos seus objetivos

Outra forma de se proteger dos gatilhos emocionais é focar nos seus objetivos financeiros.

Se você tem uma meta, como comprar um carro em dois anos, por exemplo, cada compra não planejada pode prejudicar seu progresso e adiar cada vez mais a realização.

Então, se você tiver seus objetivos sempre em mente, terá mais força para resistir às tentações de consumo e desviar dos gatilhos emocionais.

Adie suas decisões de compra

Uma dica valiosa para se proteger dos gatilhos emocionais que afetam suas finanças é adiar suas decisões de compra.

Por exemplo, se você colocou um produto no carrinho do e-commerce hoje, deixe para fechar a compra somente amanhã.

Assim, você tem tempo para refletir sobre aquela compra e não corre o risco de finalizar o pedido por impulso.

Controle suas emoções

Por fim, se você realmente quer evitar os gatilhos emocionais, precisa aprender a controlar suas emoções.

Para isso, você pode desenvolver sua inteligência emocional nas finanças, e trabalhar seu autoconhecimento para identificar e gerenciar sentimentos.

Essa é a estratégia mais eficiente para não se deixar levar por emoções na hora de tomar decisões sobre seu dinheiro, pois ajuda você a ativar um modo racional em relação às finanças.

Deu para entender o impacto dos gatilhos emocionais na sua vida? Aproveite e descubra aqui como evitar o consumismo e parar de comprar por ansiedade.

O propósito da Neon é diminuir desigualdades, mostrando caminhos financeiros mais simples e justos, porque todos merecem um futuro brilhante. A educação financeira é um dos principais pilares para fazer isso acontecer, por isso estamos aqui para te acompanhar em sua jornada com as finanças.

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