Teve redução de salário? Confira 9 dicas para reorganizar as contas

A redução de salário não é o fim do mundo para as suas finanças. Veja 9 dicas para reorganizar as contas e superar essa fase
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Passar por uma redução de salário é um momento crítico na vida financeira de qualquer um. Mesmo que seja uma situação temporária, como na crise atual, é inevitável se sentir perdido e não saber o que fazer com os boletos.

Felizmente, é possível reorganizar as contas para evitar as dívidas e continuar com a saúde financeira em dia, mesmo com o impacto na sua renda.

A seguir, reunimos algumas dicas importantes para ajudar você a rever seu orçamento e tomar decisões mais conscientes nesse período difícil.

Impacto da redução de salário na vida financeira

Uma redução de salário abala a vida financeira de qualquer pessoa – principalmente se isso acontecer de forma inesperada.

De repente, você precisa rever seu padrão de vida e não sabe nem por onde começar, com todos os gastos adaptados à antiga renda. Mas se você tiver um bom controle financeiro e gastos fixos que não comprometem quase todo o salário, a tarefa pode ser mais fácil.

Mesmo assim, é inevitável sentir falta de cada real a menos no bolso – e a situação é muito pior quando você já vive no limite do orçamento e sequer tem uma reserva de emergência. Nessa hora, o grande risco é acabar endividado ou ver os débitos atuais virando uma bola de neve por causa dos juros compostos.

Seja qual for a sua realidade, a boa notícia é que é possível se reorganizar e sobreviver a uma redução de salário com um pouco de disciplina e disposição para abrir mão de gastos.

Quando ocorre a redução de salário?

A redução de salário mais comum ocorre quando o profissional troca de emprego e passa a receber menos, ou quando é demitido e consegue outro emprego com remuneração menor.

Mas, também existem situações em que a redução ocorre durante o vínculo com a empresa, por exemplo:

  • Em caso de o Governo declarar estado de calamidade pública, como ocorre com a crise do coronavírus;
  • Em caso de acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho que determine redução de até 25% do salário de todos os colaboradores (quando a empresa passa por dificuldades financeiras, por exemplo);
  • Quando a empresa demite e recontrata um trabalhador para outra função com salário reduzido (uma manobra para driblar a inconstitucionalidade da redução salarial);
  • Na prestação de serviços sem vínculo empregatício, como no caso dos freelancers (no caso, não se trata de um “salário”, mas o pagamento pode ser reduzido na renovação de um contrato, por exemplo).

Durante a pandemia do coronavírus, por exemplo, as empresas foram autorizadas por Medida Provisória a reduzir a jornada e salário dos funcionários em 25%, 50% ou 70%, com pagamento de benefício proporcional pelo Governo para complementar a renda perdida.

Em junho de 2020, mais de 10 milhões de trabalhadores (30% dos profissionais com carteira assinada no País) tiveram seu salário reduzido ou contrato de trabalho suspenso temporariamente, segundo dados do Ministério da Economia publicados pelo G1.

Mesmo com o complemento financeiro proporcional do seguro-desemprego pago pelo Governo, esse cenário reduziu o salário de quase um terço dos profissionais do País.

Logo, não importa se a redução de salário ocorreu por uma demissão inesperada ou por uma pandemia sem precedentes: estamos todos sujeitos a uma queda na renda e precisamos estar preparados para isso (mesmo que seja uma situação temporária).

9 dicas para reorganizar as contas depois da redução de salário

Se você teve redução de salário na crise ou por qualquer outro motivo, está na hora de reorganizar suas contas e se prevenir do endividamento. Confira dicas para continuar no azul, mesmo com menos dinheiro.

1. Refaça seu orçamento

O primeiro passo para lidar com uma redução de salário é refazer todo o seu orçamento e adequá-lo à nova realidade.

Se você já registra e acompanha suas finanças, é simples: basta verificar seus gastos em cada categoria (gastos essenciais, empréstimos, lazer, etc.) e refazer os cálculos com base na sua nova renda.

Assim, você descobre quanto vai faltar para cobrir seus gastos atuais ou se a redução deixou seu orçamento no limite, exigindo alguns cortes de despesas.

Se você não controla suas finanças, vai dar mais trabalho, pois você terá que contabilizar todos os gastos fixos e variáveis dos últimos meses, verificar quais contas mais pesam no orçamento e calcular tudo do zero com uma receita menor.

A dica é focar nos gastos fixos como aluguel, contas de consumo, plano de saúde, serviços por assinatura, parcelamentos, entre outras despesas que consomem a maior parte do salário – entre 50% e 60%, pelas recomendações de planejadores financeiros.

Com o total de contas essenciais em mãos, você pode analisar se o salário será suficiente e concentrar seus esforços de economia nos gastos variáveis como supermercado, farmácia, vestuário, lazer etc.

2. Corte os gastos supérfluos

A redução de salário nos obriga a fazer uma faxina completa no orçamento, cortando todos os gastos supérfluos.

Por isso, você deve olhar para os seus gastos e se perguntar:

  • Eu realmente preciso desse produto/serviço?
  • Posso substituir esse produto/serviço por outro mais barato?
  • Posso passar algum tempo sem esse produto/serviço?

Alguns exemplos de gastos supérfluos são itens mais caros do supermercado (aquele azeite edição especial ou aromatizador de ambientes), TV por assinatura, planos de celular, delivery e restaurantes, roupas e eletrônicos.

3. Reduza as contas de consumo

Diminuir as contas de consumo como água e energia elétrica também pode fazer a diferença após uma redução de salário.

Por isso, esse é o momento de tomar pequenas atitudes como apagar as luzes, fechar torneiras, reutilizar água, tomar banhos mais rápidos e maneirar no uso de aparelhos que consomem muita energia.

4. Troque e desapegue

O momento de reorganizar o orçamento também pode ser usado para praticar o consumo consciente. Hoje, não faltam grupos de trocas e desapego nas redes sociais e sites especializados para encontrar o que você precisa e ainda desocupar espaço em casa.

Então, aproveite para economizar com produtos usados e ainda contribuir com o meio ambiente e a sociedade.

5. Experimente comprar no atacado

Uma dica interessante para reduzir os gastos no supermercado é recorrer ao atacado para comprar “o grosso” da despensa.

Produtos como cereais, grãos, itens de higiene, itens de limpeza e papel higiênico podem sair muito mais em conta do que no varejo, e você ainda diminui as idas ao supermercado.

6. Esqueça o crédito

Depois de uma redução de salário, o cartão de crédito, cheque especial e empréstimo pessoal devem ser suspensos por tempo indeterminado.

Afinal, esse não é o momento para fazer dívidas e aumentar seus gastos mensais com juros e parcelamentos.

Além disso, o crédito atrapalha o controle do orçamento e pode ser usado de forma imprudente em momentos de incerteza e frustração.

7. Renegocie dívidas

Se você tem dívidas, a redução de salário pode ser ainda mais dramática.

Nessa hora, o importante é manter a calma, analisar todos os débitos pendentes, contatar os credores e tentar renegociações.

Quase sempre, as empresas estão dispostas a conceder mais prazo ou condições de parcelamento mais acessíveis, chegando a um acordo favorável a ambos.

Em último caso, você pode recorrer ao crédito pessoal para trocar várias dívidas com juros mais altos por um único empréstimo mais barato, por exemplo.

8. Procure uma fonte de renda extra

A renda extra pode salvar seu orçamento enquanto durar a redução de salário. Se você já teve alguma ideia para complementar a renda, esse é o momento de tirar o plano da gaveta e colocar o negócio em prática.

Algumas ideias são vender produtos artesanais (comida, decoração, itens personalizados), trabalhar como freelancer, criar um infoproduto (curso ou ebook, por exemplo), trabalhar com marketing de afiliados, montar um e-commerce, trabalhar para aplicativos, etc.

Se a diminuição do salário foi acompanhada de redução do tempo de trabalho, você terá ainda mais espaço na agenda para se dedicar à nova empreitada e garantir um dinheiro extra.

9. Priorize a saúde financeira

A redução de salário mostra como é importante ter uma reserva de emergência e organizar suas finanças para poupar dinheiro. No caso, a recomendação é ter guardado o suficiente para cobrir entre 6 e 12 meses de despesas para momentos de urgência e imprevistos – inclusive a perda total da renda.

Mesmo que pareça impossível, pode ser o momento de melhorar sua educação financeira e até mesmo conseguir poupar um pouco no fim do mês – o ideal é guardar pelo menos 10% para investir, formar sua reserva e se preparar para o futuro.

Se você sabe como dividir seu salário em porcentagens, fica mais fácil destinar uma parte aos gastos essenciais, outra aos gastos variáveis e outra ao pagamento de dívidas e economias.

Claro que você terá que reduzir os gastos e adotar um padrão de vida mais simples, mas vale a pena abrir mão de alguns luxos para ter equilíbrio nas contas e gerenciar suas finanças com mais inteligência – fazendo o dinheiro trabalhar para você em investimentos, por exemplo.

Viu como é possível reorganizar suas contas depois de uma redução de salário? Então, comente quais dicas você vai seguir e compartilhe o texto com quem precisa economizar.

Leia mais:

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