
Como foi o reajuste salarial em 2022 e o que esperar de 2023?

Você sabe qual foi a média de reajuste salarial em 2022? Pode parecer uma pergunta técnica demais, daquelas que se debatem nos programas especializados em economia, mas a verdade é que ter essa informação ajuda a compreender melhor a situação financeira do Brasil e como isso impacta seu bolso.
Por exemplo, se determinada categoria tem um aumento real, acima da inflação, podemos dizer que ela ganhou poder de compra, pois seus rendimentos ficaram superiores à valorização dos preços dos alimentos.
Será que foi o que aconteceu na sua atividade profissional? Neste artigo, vamos compreender como foi o reajuste salarial em 2022 e o que se espera em termos de valorização para 2023.
Acompanhe até o final e tire suas dúvidas.
Qual foi o reajuste salarial em 2022?
Um reajuste salarial pode ser analisado de diferentes maneiras.
Por exemplo, a partir da média por categoria, do valor do salário mínimo nacional ou regional, do dissídio salarial e do salário médio do trabalhador.
Então, para responder qual foi o reajuste salarial em 2022, separamos as informações em categorias:
Média do reajuste salarial em 2022
A média do reajuste salarial é calculada com base em pactos firmados em acordos coletivos e convenções.
Em números recentes divulgados pelo Salariômetro, ferramenta da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a maioria das negociações salariais em 2022 ficou igual ou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Segundo o levantamento, 65,9% dos reajustes ficaram acima do índice da inflação, enquanto 4,7% igualaram. Isso significa que grande parte das categorias teve um aumento real em suas remunerações, fazendo crescer o seu poder de compra.
As profissões que se beneficiaram dos maiores reajustes foram: joalheiros, metalúrgicos, construtores civis e seguranças privados.
Já os estados com menos perdas salariais reais foram Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Reajuste do salário mínimo em 2022
O reajuste periódico do salário mínimo é um direito previsto na Constituição.
Segundo a lei, a correção deve, ao menos, preservar o poder de compra do assalariado. Ou seja, na pior das hipóteses, precisa empatar com a inflação do ano seguinte.
Por exemplo, digamos que o INPC em determinado período encerrou em 8%, logo, o piso nacional do ano seguinte deve ser aumentando em, no mínimo, 8%.
Em 2022, o salário mínimo ficou em R$ 1.212, representando um reajuste de 10,18% em relação ao ano anterior, que registrou um INPC de 10,16%.
Se formos usar a mesma lógica da média do reajuste salarial dos pactos firmados em acordos coletivos e convenções, o aumento do piso nacional não representa um ganho real, uma vez que apenas repõem a alta dos preços registrada na passagem de um ano para o outro.
E vale dizer que 2022 foi o terceiro ano consecutivo sem reajuste do salário mínimo acima da inflação.
Dissídio salarial de 2022
O dissídio não deixa de ser um reajuste salarial, mas, ao contrário dos pactos firmados em acordos coletivos e convenções, ele depende de negociação entre empresa e funcionários, geralmente com a mediação do sindicato.
Assim como acontece nos outros reajustes, o dissídio também utiliza a inflação como base para o cálculo da adequação.
Um dissídio pode ser individual ou coletivo, movido pelo empregado ou pelo empregador (dissídio individual especial). Além disso, o dissídio também costuma ser retroativo, já que é comum que os acordos sejam finalizados um período após a data-base do processo.
Nesses casos, é pago um valor proporcional pelo tempo de atraso. Por exemplo, se a data-base da ação foi no dia 1° de maio e o dissídio só foi finalizado em 1º de setembro, os trabalhadores dessa categoria devem receber retroativo por esses 4 meses.
Para saber o valor do dissídio da sua categoria e quando ele deve ser pago, o ideal é procurar a sua entidade de classe.
Salário médio do trabalhador brasileiro em 2022
Diferentemente da média do reajuste salarial, o salário médio do trabalhador brasileiro é uma coleta do mercado.
Ou seja, ela não considera apenas os aumentos em salários de categorias, mas sim a remuneração média dos assalariados, o que varia também com a abertura (ou fechamento) de novos postos de emprego, por exemplo.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a remuneração média do brasileiro deve ficar na casa dos R$ 2.500 em 2022.
A desigualdade econômica ajuda a explicar a diferença entre as médias regionais, uma vez que Sul e Sudeste representam índices maiores que Norte e Nordeste, por exemplo.
O que se espera do reajuste salarial em 2023?
Agora que você conhece detalhes sobre o reajuste salarial em 2022, o que esperar de 2023? Ao que tudo indica, o cenário não deve mudar muito, pois ainda há incertezas quanto ao valor corrigido do salário mínimo, por exemplo.
Há expectativa de novo aumento sem ganho real no piso nacional ou, no máximo, de 1,4% acima da inflação.
O que pode fazer com esse cenário mude é a aprovação de uma nova regra no Congresso, utilizando não apenas o INPC, mas também a média dos últimos cinco anos do Produto Interno Bruto (PIB).
Vale destacar que o Banco Central projeta uma inflação de 5,01% para 2023, enquanto o mercado estima em 3,5%.
Já a taxa básica de juros, a Selic, principal instrumento para alcançar a meta da inflação, está em 13,75% e deve ficar em torno de 11,50% ao final de 2023, segundo projeção do Boletim Focus do Banco Central.
Gostou de saber mais sobre como o reajuste salarial é definido no Brasil? Continue acompanhando os conteúdos do blog Neon para se manter bem informado.
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