
Aprenda a economizar dinheiro com a técnica dos envelopes

Atualizado em 19 de fevereiro de 2021
A técnica dos envelopes pode ser a solução para organizar sua vida financeira e, enfim, economizar dinheiro.
Se você peca pela falta de disciplina e não se dá muito bem com ferramentas digitais, vai gostar de controlar seu orçamento com um punhado de envelopes, papel e caneta.
Mas, para isso, você terá que definir prioridades financeiras, distribuir sua renda conforme suas despesas e ficar de olho nos gastos.
Vamos te ajudar a fazer isso, então aqui mostraremos:
- O que é a técnica dos envelopes
- Origem da técnica dos envelopes
- Vantagens e desvantagens da técnica dos envelopes
- Como economizar dinheiro com a técnica dos envelopes em 6 passos
Quer saber mais?
Continue lendo, entenda como se planejar e veja se funciona para o seu bolso.
O que é a técnica dos envelopes
A técnica dos envelopes é uma forma simples e prática de organizar as contas, controlar o orçamento e economizar dinheiro.
Basicamente, você terá um envelope para cada categoria de despesas e investimentos essenciais e deverá distribuir sua renda mensal entre eles usando dinheiro em espécie.
Por exemplo, um envelope será usado para as contas de consumo da casa, como água, luz e gás, outro para as despesas com lazer, outro para investimentos, e assim por diante.
Então, basta colocar uma quantia específica dentro de cada envelope e se esforçar para gastar somente o dinheiro que está ali dentro até o fim do mês.
Para quem tem dificuldade com as ferramentas digitais de controle financeiro como aplicativos e planilhas, ou simplesmente não quer ficar anotando tudo o que gasta no papel, pode ser uma solução eficiente.
Afinal, quando você lida com cédulas e moedas, tende a pensar mais antes de gastar e sabe exatamente quando o dinheiro está acabando.
Origem da técnica dos envelopes
A origem exata da técnica dos envelopes não é conhecida, mas uma das possíveis raízes está no método de orçamento japonês chamado “Kakebo”.
De acordo com o autor do livro “Kakebo”, a palavra pode ser traduzida para “livro de contas domésticas” e passou a fazer parte da vida financeira dos japoneses no início do século XX.
Basicamente, os adeptos registram todos os ganhos, gastos e valores poupados em um caderno, e muitas vezes também utilizam os envelopes para controlar melhor o dinheiro.
Apesar da origem japonesa, a técnica dos envelopes foi popularizada pelo locutor e consultor financeiro americano Dave Ramsey, que promove frequentemente o método para ajudar seu público a organizar as finanças.
Vantagens e desvantagens da técnica dos envelopes
A técnica dos envelopes é especialmente vantajosa para quem prefere lidar com dinheiro em espécie e precisa de um método mais rígido para manter a disciplina financeira.
Afinal, não tem como errar nos cálculos ou perder o controle se você colocou a quantia exata que deve ser gasta em cada envelope.
Além disso, o controle das compras pode ser feito com as notas fiscais e faturas, e os gastos podem ser anotados no verso, quando necessário.
De acordo com uma pesquisa realizada pela SPC Brasil, 36% dos brasileiros prefere usar o bom e velho caderno de anotações para controlar o orçamento, enquanto 9% utilizam planilhas e 7% usam aplicativos — os 48% restantes não utilizam nenhum método.
Ou seja: muita gente ainda se sente mais à vontade com papel e caneta e poderia se dar bem com a técnica dos envelopes.
Por outro lado, o método esbarra na era dos pagamentos digitais, já que atualmente a maioria das pessoas usa o “dinheiro de plástico” (cartão de crédito e débito) e contas e carteiras digitais.
Logo, é preciso adaptar a técnica dos envelopes para a realidade atual ou de fato guardar o dinheiro em cédulas e moedas para ter mais controle para onde ele está indo.
Como economizar dinheiro com a técnica dos envelopes em 6 passos
Se a falta de disciplina atrapalha suas metas de economizar dinheiro, a técnica dos envelopes pode funcionar. Veja como aplicá-la passo a passo.
1. Crie um envelope para cada despesa
O primeiro passo para usar o método é ir até uma papelaria e comprar alguns envelopes. Depois, é só nomear cada um deles com um tipo de despesa do seu orçamento:
- Casa: aluguel, IPTU, condomínio, contas de consumo (água, luz, gás, seguro, etc.)
- TV, internet e celular: TV a cabo, internet da casa, plano de celular
- Carro: seguro, manutenção, IPVA, combustível
- Saúde: plano de saúde, plano odontológico, medicamentos de uso contínuo, mensalidade da academia
- Supermercado: compras de alimentação e produtos de limpeza (pode incluir açougue, padaria, feira e delivery)
- Lazer: viagens, restaurantes, bares, cinema, teatro e passeios em geral
- Educação: mensalidades escolares, cursos, livros, assinatura de e-learning
- Dívidas: prestações de empréstimos e compras a prazo em geral
- Compras: compras eventuais, como vestuário, eletrônicos, objetos de decoração, calçados, maquiagem, perfumes, etc.
- Presentes e doações: dinheiro reservado para compra de presentes e doações
- Reserva de emergência: dinheiro separado para imprevistos
- Investimentos: porcentagem da renda que será investida todo mês
Essa é apenas uma sugestão, pois você deve criar os envelopes de acordo com seu estilo de vida e com a sua realidade financeira.
Por exemplo, se você tem um animal de estimação, pode incluir um envelope chamado “Pet” e, se possui gastos mensais com algum hobby, também vale a pena criar um envelope próprio (ex.: games, jardinagem, coleções, etc.).
2. Calcule sua renda líquida e defina prioridades
Depois de criar envelopes para todas as suas despesas, é hora de distribuir sua renda conforme suas prioridades financeiras.
Para isso, você terá que calcular sua renda líquida total (salário, rendimentos, pensões, etc.) e decidir qual porcentagem será destinada a cada envelope.
No método do pote, que é bem parecido com a técnica dos envelopes, é sugerida a seguinte divisão:
- 55% da renda para as despesas básicas
- 10% para educação e capacitação profissional
- 10% para formar sua reserva de emergência e cumprir objetivos de curto prazo (ex.: comprar um celular novo)
- 10% para investir a longo prazo
- 10% destinado a entretenimento
- 5% para presentes e doações
A diferença é que os envelopes são mais detalhados e permitem que você divida o orçamento com mais precisão. Logo, você precisa definir quais são as prioridades da sua lista de despesas e definir porcentagens da renda para cada envelope.
3. Decida quanto vai poupar
Os envelopes de reserva de emergência e investimentos são indispensáveis para manter o hábito de poupar e equilibrar suas finanças.
O ideal é que você poupe entre 10% e 30% da sua renda mensal para objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo — quanto mais conseguir investir, melhor para o seu futuro.
Veja como fazer um planejamento de metas de curo, médio e longo prazo.
Uma parte deve ir para a reserva de emergência, que garante sua segurança financeira em caso de imprevistos como demissão ou urgência médica, por exemplo.
Para ter esse dinheiro sempre disponível, vale a pena aplicá-lo em um investimento com liquidez diária e baixo risco, como o CDB Neon.
A outra parte deve ser aplicada em investimentos de renda fixa e renda variável os objetivos de médio e longo prazo, conforme seu perfil de investidor.
4. Distribua a renda entre os envelopes
O próximo passo é pegar sua renda e distribuir o dinheiro entre os envelopes, conforme as porcentagens definidas anteriormente.
Por exemplo, vamos supor que sua renda líquida total seja de R$ 4 mil e você definiu os seguintes envelopes e valores:
- Casa: 30% (R$ 1.200)
- Supermercado: 15% (R$ 600)
- Saúde: 10% (R$ 400)
- Reserva de emergência: 10% (R$ 400)
- Lazer: 9% (R$ 360)
- Investimentos: 8% (R$ 320)
- Educação: 7% (R$ 280)
- TV, internet e celular: 6% (R$ 240)
- Compras: 5% (R$ 200)
Nesse caso, basta colocar o dinheiro correspondente em cada um dos envelopes assim que você receber seu salário, anotando o valor total da verba destinada às respectivas despesas.
5. Controle os gastos durante o mês
Ao longo do mês, sua meta será utilizar apenas o dinheiro que está dentro do envelope para sua respectiva despesa.
Assim, a cada compra realizada ou fatura paga, você pode colocar os comprovantes dentro e fazer anotações para facilitar o controle.
Lembrando que é preciso manter a disciplina e evitar pegar “empréstimos” de outros envelopes quando o dinheiro estiver acabando.
Segundo o educador financeiro Robinson Trovó, a maioria das pessoas acaba estourando a verba dos envelopes no primeiro mês e tomando um susto com a diferença entre os gastos reais e os gastos planejados.
“Geralmente vai haver um ou dois envelopes cujo resultado será absurdamente diferente daquilo que a pessoa imaginou.
Esse é o envelope inimigo, é em cima dele que tem de focar para reduzir os gastos” — ele aconselha.
6. Adapte a técnica dos envelopes para o digital
Se a técnica dos envelopes funcionar para você, é importante adaptá-la para o mundo digital.
Afinal, é praticamente inviável pagar todas as contas e compras em dinheiro — ou você vai viver na fila da lotérica e nunca vai poder comprar pela internet.
Você pode pagar suas contas fixas pela online e simbolizar o dinheiro gasto usando os comprovantes impressos, deixando assim o dinheiro vivo apenas nos envelopes de compras, por exemplo.
Se quiser dar um passo além, você pode usar uma ferramenta digital que já faz a categorização de despesas como se fossem “envelopes virtuais”, como a planilha de gastos da Neon.
E aí, vai dar uma chance para a técnica dos envelopes? Comente se gostou do método e se pretende usá-lo para economizar dinheiro.