O que é renda variável + respostas para 9 dúvidas frequentes

Se você quer entender o que é renda variável e como investir em ações, fundos de ações e multimercados, e FIIs, chegou ao lugar certo.
7 minutos de leitura
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Atualizado em 24 de março de 2021

O que é renda variável, como funciona, quem pode investir e por onde começar? Se essas dúvidas estão na sua cabeça, é sinal de que você está pensando em ir além da renda fixa e buscar ganhos maiores no mercado financeiro.

De fato, essa categoria de investimentos traz inúmeras possibilidades de retorno acima da média, mas também multiplica os riscos.

Quer entender como funciona a renda variável e perder o medo desses investimentos?

Aqui mostraremos:

Quer saber mais?

Então continue lendo e tire suas principais dúvidas antes de começar a investir na renda variável!

O que é renda variável e como ela funciona?

Entender como funciona a renda variável é importante para dar um passo além nos investimentos em busca de ganhos maiores. Nessa categoria, a rentabilidade não é conhecida no momento da aplicação, ou seja, você não sabe quanto vai ganhar (ou perder) com o investimento.

Logo, as oscilações dos ativos são imprevisíveis e, consequentemente, os riscos são mais altos. Da mesma forma que você pode ter um retorno acima da média, também pode amargar prejuízos — tudo depende do ativo, estratégia utilizada e grau de volatilidade.

O principal exemplo são as ações, que têm suas altas e baixas diariamente nos pregões da bolsa de valores.

Hoje, apenas 5% dos investidores brasileiros estão na renda variável (ações e câmbio), segundo a pesquisa Raio-X do Investidor 2020 da ANBIMA, confirmando a tese de que o brasileiro tem um perfil mais conservador para investimentos.

Qual a diferença entre renda variável e renda fixa?

Normalmente, os investidores procuram saber como funciona a renda variável depois de dominar a renda fixa, que é considerado um terreno mais seguro para os iniciantes.

A principal diferença entre as duas categorias é que você consegue prever ou estimar a rentabilidade dos produtos de renda fixa desde o início da aplicação, enquanto o resultado dos ativos de renda variável é imprevisível.

Quando você investe em um CDB que paga 100% do CDI, por exemplo, sabe que vai receber um retorno compatível com o desempenho do CDI no final da aplicação (algo em torno de 1,9%, considerando a Taxa DI de novembro de 2020).

Já no caso das ações, o retorno depende do comportamento dos preços a partir do momento em que você compra o papel.

Essa cotação da renda variável é influenciada por diversos fatores, tais como:

  • Oferta e demanda na bolsa
  • Inflação e taxas de juros
  • Câmbio
  • Cenário político nacional e estrangeiro
  • Política econômicas do país

O que os investidores da bolsa fazem é utilizar métodos como a análise técnica e fundamentalista para tentar prever as tendências de alta ou queda das ações.

Mesmo assim, não é uma ciência exata, e os movimentos do mercado sempre podem surpreender.

Exemplos de investimentos em renda variável

Para entender como funciona a renda variável, você precisa conhecer alguns ativos negociados no mercado financeiro. Veja quais são os mais populares.

Ações

As ações são os investimentos mais conhecidos da renda variável, que consistem em pequenas frações do capital de empresas listadas na bolsa de valores.

Ao comprar uma ação, você se torna acionista da empresa e tem direito de participação nos resultados (sejam positivos ou negativos).

Há basicamente duas formas de ganhar dinheiro com ações: por meio de ganhos de capital, vendendo os papéis quando se valorizam, ou recebendo proventos como dividendos e juros sobre capital próprio.

Fundos de ações e multimercados

Os fundos de ações são uma forma indireta de investir em ações, pois funcionam como uma aplicação coletiva.

Ao comprar uma cota de um fundo, você tem direito à rentabilidade alcançada pela carteira de ações, que é gerenciada por um profissional especializado do mercado financeiro. Assim, você terceiriza a gestão do investimento e ganha com a oscilação dos papéis.

Existem também os fundos multimercados, que alocam parte do capital em renda fixa e outra parte em renda variável para diversificar a carteira e reduzir riscos.

Fundos imobiliários

Os fundos de investimento imobiliários (FIIs) permitem ganhar dinheiro com aluguéis sem a necessidade de comprar imóveis.

Eles aplicam o capital dos cotistas em empreendimentos (escritórios, shoppings, hospitais, escolas, etc.), construtoras e títulos do mercado mobiliário, por exemplo.

Dessa forma, é possível lucrar com o mercado imobiliário por meio da renda variável.

9 dúvidas frequentes sobre como funciona a renda variável

Se você ainda não entendeu muito bem como funciona a renda variável, é melhor conferir nosso FAQ. Veja se respondemos sua dúvida abaixo.

1. Renda variável não é arriscada?

É normal ficar inseguro para investir na renda variável e achar tudo muito arriscado. De fato, o grau de risco é maior se comparado com o da renda fixa, mas também há muito mais diversidade de ativos e possibilidades de ganhos.

Por isso, a renda variável é indicada para quem já estudou o mercado, sabe traçar estratégias e consegue dimensionar os riscos. Se você aprender os conceitos da análise fundamentalista, por exemplo, estará mais preparado para escolher boas ações na bolsa.

Se você acha que investir é arriscado, veja aqui como perder o medo dos investimentos.

Além disso, muitos investidores adotam estratégias de longo prazo para reduzir os riscos e ter ganhos mais consistentes, em vez de partir para táticas mais agressivas e de curto prazo como o day trade.

Por fim, diversificação é a palavra de ordem, já que a variedade de ativos é capaz de diluir riscos e proteger seu patrimônio. Lembrando que nem os investidores mais arrojados deixam todo o seu capital na renda variável — é importante sempre ter uma parte preservada na renda fixa, incluindo a reserva de emergência.

2. Quem pode investir em renda variável?

Os investimentos em renda variável são recomendados para investidores com perfil moderado a arrojado.

Vamos relembrar rapidamente os três perfis:

  • Conservador: prioriza a proteção do capital e prefere não correr riscos, optando por ativos mais seguros, como títulos de renda fixa, mesmo que o retorno seja menor
  • Moderado: busca o equilíbrio entre risco e retorno, combinando ativos mais seguros com ativos mais arrojados (maior parte em renda fixa e menor em renda variável)
  • Arrojado: aceita os riscos com tranquilidade e encara a volatilidade do mercado em busca de ganhos maiores, abrindo mão da liquidez (mas também protege uma parte do capital)

Mas calma: não é preciso ser um grande especulador ou ter um perfil muito agressivo para investir em renda variável.

Como falamos na pergunta anterior, o investidor moderado pode optar por estratégias mais seguras e reduzir os riscos na bolsa de valores, desde que entenda a dinâmica do mercado.

3. Como funciona a bolsa de valores?

A bolsa de valores é o ambiente onde são negociadas as ações entre investidores — no caso do Brasil, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Antigamente, os pregões eram realizados ao vivo, mas hoje o mercado já é 100% digital e os investidores compram e vendem ativos sem sair de casa, por meio do software “home broker”.

Há ainda negociações que ocorrem à parte da bolsa, no chamado “mercado de balcão”.

4. O que é Ibovespa?

O Ibovespa é o principal índice de performance das ações listadas na B3, usado como termômetro para todo o mercado de renda variável.

Ele reúne as empresas mais importantes — aquelas que têm as ações mais negociadas — em uma carteira teórica que mede o desempenho geral da bolsa.

Com ele, você consegue descobrir se a bolsa está em alta ou em baixa, ou seja, se as principais ações valorizaram ou desvalorizaram no período.

5. Como saber qual ação vai subir?

Na prática, é impossível prever com exatidão se uma ação vai subir e descer em um determinado período, mesmo que ela esteja seguindo uma tendência de alta ou baixa.

O que os investidores fazem é utilizar métodos de análise e acompanhar o cenário político e econômico para identificar quais papéis têm maior potencial de valorização.

A análise fundamentalista, por exemplo, se baseia em fundamentos como capacidade de geração de caixa, qualidade da gestão, governança corporativa e fatores econômicos que influenciam o segmento da empresa para avaliar o potencial de retorno de uma ação a longo prazo.

Já a análise técnica se baseia nos gráficos de desempenho e fluxos de ordens da bolsa para identificar padrões e prever as tendências de cada ação.

No entanto, mesmo com uma análise avançada e anos de experiência, eventos imprevisíveis como o “Joesley Day” e a crise do coronavírus podem derrubar a bolsa de um dia para o outro.

6. Qual a melhor corretora para renda variável?

A melhor corretora de valores para renda variável é aquela que atende às suas necessidades e seu perfil de investidor.

Se você pretende investir em ações, por exemplo, é importante escolher uma corretora com taxa zero para esse tipo de operação, que garanta a execução rápida das transações e ofereça análises relevantes para apoiar suas decisões.

Outro ponto importante é verificar se o home broker da corretora possui todas as funções que você procura e uma interface amigável.

Veja como escolher sua corretora de valores.

7. Como usar o home broker?

O home broker é o software que conecta você à bolsa de valores, onde é possível negociar qualquer ação durante o horário do pregão digital.

Cada corretora desenvolve sua versão da plataforma, mas todas permitem que você emita ordens de compra e venda, confira o livro de ofertas e as cotações em tempo real, defina ordens de stop loss e stop gain, entre outros recursos.

Você pode acessar o home broker pelo computador ou celular para acompanhar o pregão e operar suas ações em poucos cliques.

8. Como declarar renda variável no Imposto de Renda?

Todo investidor que aplica em renda variável deve ficar atento ao Imposto de Renda, pois o lucro das operações pode ser tributado.

No caso das ações, por exemplo, estão obrigados a declarar rendimentos os investidores que vendem acima de R$ 20 mil em papéis no mês.

Se forem operações de day trade, a alíquota de IR é de 20%, e se tiverem duração acima de um dia (swing trade e buy and hold, por exemplo), a alíquota cai para 15%.

Já para fundos imobiliários, ETFs e contratos futuros a alíquota é de 15% independentemente do valor negociado.

Lembrando que o investidor deve emitir e pagar a DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) para acertar as contas com a Receita.

9. Por onde começar a investir em renda variável?

Essa é uma boa pergunta, porque não é tão fácil entender como funciona a renda variável e começar a aplicar dinheiro.

Antes de pensar nessa possibilidade, você precisa, no mínimo, ter dominado a renda fixa, ter sua reserva de emergência formada e uma vida financeira em ordem.

É importante também fazer cursos de investimentos e estudar a fundo o mercado financeiro, pois o segredo do sucesso na renda variável é o conhecimento.

Veja aqui 8 cursos gratuitos que vão te ensinar sobre investimentos.

Quando você se sentir preparado, a dica é começar com os fundos de investimento (fundos de ações, fundos cambiais e fundos imobiliários, por exemplo) antes de operar diretamente na bolsa.

Se quiser começar a investir na bolsa de valores, procure adotar uma visão de longo prazo e usar os princípios da análise fundamentalista para ter ganhos mais consistentes e evitar prejuízos.

Lembre-se também de alocar apenas uma pequena parte na renda variável no início, até que você se sinta seguro para encarar novas possibilidades com risco maior.

E agora, ficou mais claro o que é renda variável e como ela funciona? Conta para a gente nos comentários o que você achou das explicações para as dúvidas mais frequentes sobre o assunto.

O propósito da Neon é diminuir desigualdades, mostrando caminhos financeiros mais simples e justos, porque todos merecem um futuro brilhante. A educação financeira é um dos principais pilares para fazer isso acontecer, por isso estamos aqui para te acompanhar em sua jornada com as finanças.

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