Saber exatamente como começar um negócio próprio é crucial para empreender com segurança e organização, economizando tempo e dinheiro.
Abrir CNPJ, estudar a concorrência, escolher bons fornecedores, investir em marketing… são diversas as decisões que devem ser tomadas de maneira consciente.
Ainda que existam diversas particularidades específicas de cada tipo de negócio, seguir um passo a passo geral para o procedimento de abertura de empresas pode poupar você de muitas dores de cabeça.
Para ajudar a alcançar a liberdade profissional de maneira tranquila, listamos todas as etapas para abrir seu próprio negócio. E o melhor: explicamos tudo sobre empreender com pouco dinheiro.
Vamos lá!
Como começar um negócio próprio do zero em 8 passos
Segundo relatório elaborado pelo Sebrae, cerca de 3,6 milhões de novos negócios foram abertos no país somente em 2022, representando um aumento de quase 20% em relação ao período pré-pandêmico.
Neste contexto de alta popularidade do empreendedorismo, ficamos mais motivados a aprender como começar um negócio próprio, certo?
Portanto, vamos conferir os 8 passos para empreender de forma estruturada e prudente.
1. Determine a área de atuação
Vamos lá: o primeiro passo é definir o tipo de atividade exercida pelo empreendimento.
Neste momento inicial, vale a pena utilizar estratégias de brainstorming (tempestade de ideias) e de listagem, para assim mapear todas as áreas com as quais você gostaria de trabalhar.
Em seguida, tendo em mãos as possíveis atividades, você precisará filtrar as opções que de fato são aplicáveis.
Por exemplo, leve em conta os seguintes fatores:
- As tendências do mercado;
- Sua expertise e experiências prévias;
- O valor dos investimentos iniciais;
- O nível de demanda de compra local;
- O nível de saturação do mercado.
Vamos ver um exemplo. Se você tem experiência com culinária, é possível abrir inúmeros tipos de empreendimentos nessa área, certo?
Nesse caso, você primeiro deverá listar as opções que gosta mais. Em seguida, escolha aquela que envolve menos investimentos iniciais, mas que também possibilita vender produtos diferenciados de alta demanda.
E assim você vai filtrando até chegar à solução ideal. Marmitas fitness, por exemplo, podem ser uma boa ideia se houver muita procura na cidade.
2. Estude o mercado e seu público-alvo
Definiu a atividade do seu empreendimento? Então agora é hora de estudar quais são as características do mercado escolhido.
Para auxiliar sua investigação, siga o roteiro de perguntas:
- Quem são os principais concorrentes?
- Quais são os pontos fortes e fracos da concorrência?
- Quais são os produtos mais comercializados?
- Qual a média de preços aplicada?
- Qual o perfil do público-alvo?
Com base nessas informações, você conseguirá identificar oportunidades para se destacar da concorrência, além de prever potenciais desafios específicos.
3. Escolha o tipo de CNPJ
Em sequência, será preciso formalizar a abertura da empresa nos órgãos do governo.
Com a formalização, seu empreendimento ganha maior credibilidade perante os clientes, ao mesmo tempo que você garante acesso aos planos de benefícios de seguridade social destinados a empreendedores.
De maneira geral, a escolha do tipo de CNPJ depende de alguns fatores específicos, como expectativa de faturamento anual e número de funcionários.
Algumas modalidades empresariais têm se destacado nos últimos anos como preferidas do empreendedor brasileiro, como as categorias pertencentes ao regime tributário do Simples Nacional.
Por exemplo, os microempreendimentos individuais (MEI) garantem faturamento anual máximo de R$ 81 mil e contratação de um funcionário, sendo uma das opções mais aderidas por quem pretende iniciar com baixo orçamento.
Para avaliar se suas atividades comerciais podem ser exercidas como microempreendedor individual, confira a lista de CNAEs autorizados para MEI!
4. Defina seus fornecedores
Escolher fornecedores de qualidade é fundamental para garantir bons produtos. Assim, avalie e peça amostras de cada fabricante, para analisar as características dos materiais.
Escolha as opções de melhor custo-benefício, evitando as empresas de difícil negociação de valores. Afinal, uma relação conflituosa com o fornecedor pode impactar diretamente na disponibilidade de suprimentos.
Além disso, preste sempre muita atenção aos prazos de entrega de materiais, para que suas produções não sejam comprometidas com a falta de insumos.
5. Estruture seu planejamento financeiro
Com base nos seus levantamentos, você deverá organizar precisamente os gastos e despesas a serem feitos, bem como os valores de retorno financeiro.
Como esta é uma das etapas mais importantes de todo o processo, é importante mapear tudo no planejamento financeiro:
- Custos diretos, como compra de equipamentos, reformas do espaço físico, aquisição de estoque e contratação de funcionários;
- Custos indiretos, como contas de água, energia e telefone;
- Projeção de gastos e despesas a longo prazo.
Vale a pena organizar também planilhas de fluxo de caixa semanais ou mensais, mantendo o controle financeiro empresarial.
Além disso, planeje as reservas de emergência para proteger as finanças empresariais de possíveis imprevistos.
Por fim, não se esqueça de precificar corretamente seu catálogo de vendas. Afinal, valores inadequados podem levar o empreendimento a ter prejuízo no final do mês.
Aprenda como precificar de maneira a garantir os lucros de sua empresa!
6. Crie um plano de negócios
Todas as informações que trouxemos até agora, como mapeamento da concorrência e levantamento de custos, você precisará formalizar no plano de negócios da sua empresa.
O principal objetivo deste documento é servir de guia para as tomadas de decisão da empresa, uma vez que serão descritos todos os dados de análise financeira, bem como o planejamento de gestão das áreas administrativa, operacional, comercial e publicitária.
Aliás, apresentar o plano de negócios às instituições financeiras facilita a aquisição de crédito, uma vez que demonstra o nível de seriedade da empresa com seus compromissos.
Saiba como fazer um plano de negócios para MEI.
7. Coloque o planejamento em prática
Ufa! Agora que você terminou de planejar tudo, é hora de colocar a mão na massa:
- Providencie o espaço físico e faça as adequações necessárias, buscando as devidas regularizações municipais;
- Invista nos equipamentos e ferramentas necessárias ao seu trabalho;
- Adquira o estoque com os fornecedores escolhidos;
- Desenvolva a identidade visual da empresa e seu logo;
- Tire boas fotos para utilizar nas redes sociais e plataformas de e-commerce;
- Invista na boa gestão de redes sociais, como Instagram, TikTok e Facebook;
- Feche parcerias com digital influencers, se for o caso.
A lista é grande, portanto, organize-se adequadamente para não esquecer nenhuma atividade!
8. Mantenha um excelente atendimento
Por fim, mas não menos importante: no dia-a-dia empresarial, garanta sempre o melhor atendimento ao cliente!
Caso você opte por contratar funcionários, não se esqueça de treiná-los bem para promover o atendimento corretamente.
Além da comunicação empática, invista em brindes para agradar e fidelizar os consumidores.
Lembre-se sempre de escolher os mimos mais adequados, de forma a criar maior proximidade com seu público.
Confira as 6 melhores estratégias de pós-vendas para fidelizar seus clientes!
Quanto dinheiro eu preciso para começar um negócio?
O valor total de investimento depende muito do tipo e porte da empresa, além do setor envolvido e das características regulatórias.
Assim, são amplas as possibilidades de custos: desde poucas centenas de reais para empresas bem enxutas até milhões de dólares para complexos industriais de atuação multinacional.
Listamos a média de valores para alguns tipos de negócios populares entre os empreendedores brasileiros:
- Lojas virtuais de roupas: caso opte pelas plataformas de e-commerce gratuitas, você terá apenas os gastos vinculados à aquisição de estoque e embalagens, podendo iniciar um novo empreendimento com valores baixíssimos de R$ 1 mil a R$ 2 mil;
- Lojas virtuais de itens de papelaria: comercializar materiais como cadernos e canetas também permite gastos iniciais reduzidos, sendo que a partir de R$ 1,5 mil já se pode montar um bom estoque para revenda;
- Salão de beleza: aproximadamente de R$ 10 mil para salões bem pequenos e R$ 80 mil para empreendimentos de médio porte, sendo que salões grandes podem ultrapassar a casa dos R$ 200 mil;
- Clínica de estética: os gastos e despesas dos esteticistas são de aproximadamente R$ 8 mil para clínicas com poucas opções de tratamento, passando de R$ 80 mil o valor médio para espaços que oferecem criofrequência e carboxiterapia, por exemplo;
- Marmitaria: aproximadamente R$ 5 mil para estruturar uma empresa de entrega de marmitas, ao passo que abrir uma marmitaria para consumo no local em média demanda valores a partir de R$ 20 mil;
- Franquias de produtos naturais: é possível começar a empreender adquirindo franquias a partir de R$ 2 mil, e estamos falando de um negócio com estrutura de funcionamento já definida.
Além disso, milhares de brasileiros estão aderindo a empreendimentos focados na prestação de serviços.
A depender da atividade, você poderá utilizar seus próprios equipamentos pessoais, gastando inicialmente somente os valores necessários à abertura do CNPJ.
Lembre-se também de que cada tipo de empreendimento trará diferentes custos de manutenção a médio e longo prazo, que devem ser considerados no cálculo de planejamento financeiro.
Como começar seu próprio negócio com pouco dinheiro?
Para começar seu próprio negócio com pouco dinheiro, será preciso cuidado redobrado com as etapas iniciais de levantamento de gastos e planejamento financeiro.
Escolha opções que não demandem grandes custos, de modo a não comprometer seu orçamento disponível.
Uma dica é optar por modalidades de empreendimentos 100% online, uma vez que você eliminará os gastos com a estrutura física.
Escolher plataformas de e-commerce gratuitas auxilia muito quem está começando a empreender, já que permite acesso a grande alcance de clientes.
Além disso, você pode optar por atividades como dropshipping, cujo funcionamento é baseado na comercialização de produtos de terceiros, que ficarão responsáveis por toda a parte de armazenamento e envio de produtos.
Confira o guia completo de como montar negócios com pouco dinheiro.
Vale a pena começar um negócio próprio?
Com planejamento e disciplina, empreender certamente vale a pena.
Afinal, muitas vantagens estão envolvidas:
- Flexibilidade de horários, podendo conciliar de maneira mais saudável as demandas pessoais e profissionais;
- Liberdade em ser seu próprio chefe;
- Realização pessoal por trabalhar com aquilo que ama;
- Garantia de benefícios previdenciários por meio da formalização do empreendimento;
- Possibilidades de crescimento financeiro;
- Desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais.
Vale lembrar que obstáculos e imprevistos fazem parte de qualquer caminhada. No entanto, um bom preparo tornará sua empresa muito mais flexível a qualquer contexto.
Para estar pronto para os desafios de empreender, siga nossas dicas:
- Estude muito: esteja sempre atento a novos conhecimentos de sua área de atuação, bem como sobre assuntos de educação financeira;
- Esteja aberto a feedbacks e críticas construtivas para readequar os caminhos tomados;
- Evite decisões por impulso: diante de uma adversidade, acalme-se, espere o coração desacelerar e só então avalie as possíveis ações a serem tomadas;
- Não misture o dinheiro da empresa e as finanças pessoais: utilize uma conta jurídica para o empreendimento, facilitando a administração contábil e fiscal;
- Faça sua reserva de emergência render mais, aplicando-a em investimentos seguros e de liquidez diária, como aplicações em renda fixa.
Além disso, não se esqueça de cumprir sempre as obrigações específicas de sua categoria empresarial: pague os impostos dentro do prazo e entregue as declarações anuais corretamente, para assim ficar em dia com a Receita Federal.
Anotou todas as nossas sugestões? Confira os demais conteúdos do blog MEI Fácil por Neon e fique por dentro das melhores dicas para empreender com sucesso!
