O fluxo de caixa para MEI deve ser uma das rotinas essenciais do microempreendedor individual. Se você cumprir essa tarefa, terá uma visão muito clara de todo o dinheiro que entra e sai do seu negócio.
Assim, fica muito mais fácil acompanhar seu desempenho financeiro e entender onde é preciso investir, quais gastos podem ser reduzidos, quanto a empresa está lucrando e muito mais.
Então, quer aprender a fazer o fluxo de caixa para MEI e nunca mais deixar nenhum número para trás?
É só seguir a leitura e aproveitar nossas dicas!
O que é fluxo de caixa do MEI?
Fluxo de caixa do MEI é o movimento de entrada e saída de dinheiro do caixa do microempreendedor individual.
Em qualquer tipo de negócio, são movimentados valores relativos às receitas (ganhos) e despesas (gastos), afinal, empresas geram lucros para seus proprietários e acionistas, mas também envolvem uma série de custos e investimentos.
É preciso analisar com atenção quanto está entrando e quanto está saindo do caixa para ter uma visão mais ampla dos reais resultados financeiros do negócio.
A análise desse movimento pode ser chamada de controle de fluxo de caixa, relatório de fluxo de caixa ou simplesmente “fluxo de caixa”.
Uma vez que você se depare com essa expressão, o importante é saber que ela sempre se refere à entrada e saída de recursos do seu negócio — e à análise e controle desse movimento.
Para que serve o fluxo de caixa para MEI?
Assim como nos demais tipos de CNPJ, o fluxo de caixa para MEI serve para proporcionar uma análise mais precisa das finanças de acordo com a realidade do microempreendedor individual.
Em empresas de todos os portes, esse instrumento é usado nas rotinas financeiras, contábeis e gerenciais. Ou seja: é um dos parâmetros básicos de controle dos resultados do negócio.
Logo, todo microempreendedor individual precisa dominar o fluxo de caixa para analisar sua real situação e entender as dinâmicas de receitas e despesas da sua empresa.
Qual a diferença entre orçamento e fluxo de caixa?
Chamamos de orçamento qualquer planejamento financeiro que o microempreendedor faz no seu negócio, enquanto o fluxo de caixa é a dinâmica das receitas e despesas.
Por exemplo, se você faz uma previsão das receitas e dos gastos que terá no próximo mês, esse documento é chamado de orçamento.
Outro exemplo é quando a empresa faz um orçamento anual, prevendo quais serão as áreas com mais investimentos e quais custos serão reduzidos no próximo ano.
Já o fluxo de caixa é um fenômeno contínuo nas finanças que deve ser acompanhado pelo empreendedor, esteja ou não alinhado ao seu planejamento.
Planejamento empresarial para MEI: como fazer em 5 passos.
Qual a importância do fluxo de caixa para o MEI?
Pare e pense: qual o montante de dinheiro recebido pela sua microempresa por mês e qual é o tamanho dos custos?
Para chegar a esses números, é importantíssimo manter o controle de caixa de entrada e saída detalhado (ganhos e gastos).
Ao montar um fluxo de caixa, você vai conseguir identificar quanto “sobrou”, ou melhor, o saldo disponível para sua reserva de emergência MEI ou para guardar, sabendo que determinados períodos são mais fracos para seu negócio, por exemplo.
Portanto, o resultado do fluxo de caixa é justamente esse montante de saldo, que pode estar em dinheiro ou em uma conta corrente.
Com um fluxo de caixa controlado, é possível identificar quais são os maiores gastos, qual a margem de lucro das vendas, fazer projeções e obter uma série de insights a respeito do que pode ser melhorado no orçamento.
Dentre os principais benefícios de um fluxo de caixa para uma empresa, podemos citar:
- Obter mais controle sobre todas as movimentações financeiras;
- Possibilidade de fazer previsões sobre despesas futuras em períodos com menos vendas;
- Ter informações suficientes para tomar decisões a respeito da precificação do seu produto ou serviço;
- Entender se o orçamento da empresa está muito comprometido ou com um bom lucro;
- Fazer redução de custos com base em dados, e assim por diante.
Esses são apenas alguns exemplos, mas o fato é que fazer o controle de entrada e saída do dinheiro da empresa proporciona uma visão mais estratégica sobre todo o negócio.
Nesse sentido, a relevância de um fluxo de caixa vai muito além do financeiro, pois também oferece insumos para a tomada de decisões mais assertivas sobre o futuro da empresa.
Por exemplo, ao analisar o fluxo de caixa, é possível fazer projeções e escolher qual é o melhor momento para fazer uma promoção de um produto ou quando fazer um grande investimento para o negócio.
Sem ter clareza sobre os números e qual será o impacto dessas decisões para o futuro da empresa, esses passos podem ser muito arriscados e corre-se o risco de comprometer negativamente o orçamento.
Além disso, outro benefício do fluxo de caixa é poder conhecer qual o capital de giro ideal do negócio para proteger a empresa em períodos de redução das vendas, crises ou qualquer outra eventualidade que possa impactar as finanças.
Por falar em vendas, veja um guia para o MEI vender mais.
Glossário para um fluxo de caixa de sucesso
Não tem como fazer um fluxo de caixa sem entender os termos que estarão presentes nessa etapa da gestão financeira.
Por isso, para controlar as finanças de seu negócio, precisamos entender alguns conceitos utilizados pelo mercado.
Veja 30 conceitos financeiros essenciais à vida do MEI.
Existem três palavras mágicas que os empreendedores precisam conhecer para administrar o seu dia a dia de negócio e o fluxo de caixa:
- Custos;
- Receitas;
- Despesas.
O que são os custos?
No fluxo de caixa, os custos são as saídas do caixa da empresa que se relacionam diretamente ao produto e aos serviços produzidos.
Se você vende doces, por exemplo, alguns tipos de custos são os materiais que você usa para produzir seus produtos, como açúcar, leite condensado, farinha, embalagens, os gastos que você teve para ir buscar o material (ônibus, Uber, combustível).
O que são as despesas?
As despesas são todos os gastos que se referem à manutenção da atividade da empresa MEI e não estão relacionadas ao produto diretamente.
As despesas MEI são impostos, conta de telefone, tarifas do banco, taxas MEI e outras contas que você paga mensalmente em seu negócio e que também entram no fluxo de caixa, mas não fazem parte da produção do seu produto ou serviço.
Entenda a diferença entre despesa fixa e variável.
O que são as receitas?
Toda a renda que seu negócio gera é receita. Ela pode ser obtida pelas vendas do seu produto ou serviço.
No fluxo de caixa do MEI, porém, também pode-se considerar receita se, por exemplo, você vender um equipamento que estava parado e esse dinheiro entrar em sua conta no mês.
Tipos de fluxo de caixa
Existem vários tipos de fluxo de caixa que são classificados conforme sua periodicidade e aplicação na empresa.
Conheça os principais:
Fluxo de caixa operacional
É o conjunto de receitas e despesas que uma empresa registra em determinado período.
No caso, é o tipo mais “simples” de fluxo de caixa, que não considera investimentos ou capital de giro em sua contabilidade.
Fluxo de caixa direto
Ele se chama “direto” porque são registrados os ganhos e gastos de forma bruta, sem qualquer tipo de desconto.
Assim, o empreendedor tem uma visão geral dos resultados financeiros de forma simplificada.
Fluxo de caixa indireto
Nesse tipo de fluxo de caixa, a análise é feita a partir de lucros ou prejuízos apontados no relatório DRE (Demonstração de Resultado do Exercício).
Dessa maneira, é feito o caminho inverso: as receitas e despesas são analisadas a partir do resultado financeiro encontrado.
Fluxo de caixa projetado
É uma projeção das entradas e saídas do caixa feita pelo empreendedor para entender os prováveis desdobramentos do negócio.
Fluxo de caixa descontado
Esse tipo de fluxo de caixa também é uma projeção de valores para o futuro, só que inclui o desconto de uma taxa de acordo com os riscos aos quais a empresa está exposta.
Por isso, o fluxo de caixa descontado (FDC) é usado como métrica para investidores que pretendem aportar capital na empresa ou adquiri-la total ou parcialmente.
Como fazer um fluxo de caixa para MEI?
Agora que você já sabe para que serve o que é e qual sua importância, está na hora de colocar a mão na massa e descobrir como fazer um fluxo de caixa.
O modelo de fluxo de caixa varia de empresa para empresa, mas alguns elementos devem estar sempre presentes, como custos, despesas e receitas.
É importante que você comece por um fluxo de caixa simples — assim você fica familiarizado com essa gestão financeira e adquire o hábito de sucesso de preencher diariamente.
Vamos descobrir como organizar o caixa da empresa?
Compras e vendas à vista e a prazo
Para saber como montar um fluxo de caixa e manter as finanças organizadas, é fundamental separar todos os recebimentos em “vendas à vista” e “vendas a prazo”.
Os pagamentos também devem ser divididos em “compras à vista” e “compras a prazo” — importante incluir outros pagamentos, se for o caso.
Em outro campo do seu modelo de fluxo de caixa, registre todos os pagamentos e recebimentos previstos, isto é, aqueles que você já sabe que vai pagar ou receber em algum momento.
Contas a pagar e a receber
Em contas a pagar e contas a receber, detalhe todos os compromissos já assumidos “dando nome aos bois”, ou seja, discriminando os valores, mesmo que estimados.
Por exemplo: salário de funcionários em “contas a pagar” e vendas à vista em “contas a receber”.
Não sabe quanto vai pagar de conta de luz, internet ou impostos? Faça uma estimativa com base nos meses anteriores, pode ser um valor médio.
Por exemplo, se o valor pago de energia elétrica durante o ano todo somou R$ 540, divida essa quantia por 12 e chegará a uma média de R$ 45 por mês. Ajuste sempre que precisar.
A regrinha de fazer estimativas serve também para o cálculo do valor das vendas à vista. Nesse caso, uma dica é conhecer o comportamento do seu público-alvo e, claro, o quanto a demanda pelo negócio varia mês a mês.
Em vez de apenas fazer uma média das vendas diárias, lembre-se de que seu produto ou serviço vende mais ou menos em determinadas épocas do ano.
O ideal, segundo especialistas, é ser conservador nas estimativas para não ter “surpresas” com um resultado abaixo do projetado.
Onde registrar o fluxo de caixa?
Há quem prefira a gestão à moda antiga e anote o fluxo de caixa em um caderninho com lápis ou caneta.
No entanto, para ter mais precisão nos números e menor chances de erros, é mais indicado registrar as movimentações por meio de uma planilha ou ferramentas de gestão empresarial.
Fluxo de caixa no caderno
Se você gosta de registrar suas contas no papel, utilize um caderno específico para o controle de fluxo de caixa.
Você encontra livros de fluxo de caixa prontos para preencher em papelarias e lojas de materiais para escritório.
Planilha fluxo de caixa simples para MEI
Para ajudar você, nós temos uma planilha de entradas e saídas gratuita e pronta para ser usada.
Com ela, você precisa apenas anotar todas as informações sobre as vendas, assim como elencar cada uma de suas despesas.
Planilha de controle financeiro MEI: baixe a sua gratuitamente.
App com ferramenta de fluxo de caixa para MEI
Outra opção é utilizar algum aplicativo que tenha a função de controle de fluxo de caixa da sua MEI.
Com o aplicativo MEI Fácil por Neon, por exemplo, você acompanha facilmente as receitas e despesas no extrato da sua conta digital.
Conheça 6 vantagens da conta MEI digital e abra a sua!
O que incluir na conta do fluxo de caixa?
Se você está em dúvida sobre o que considerar como “recebimento” ou “pagamento”, dê uma olhada nos exemplos abaixo.
O que serão os recebimentos do meu fluxo de caixa?
Nessa lista, devem ser relacionadas todas as vendas à vista e a prazo (se achar melhor, separe por meios de pagamento).
Por exemplo:
- Cartão de débito;
- Cartão de crédito;
- Pix Cobrança;
- Cheque;
- Dinheiro;
- Rendimentos de aplicações financeiras;
- Outros recebimentos relacionados ao negócio.
O que serão os pagamentos do meu fluxo de caixa?
Nessa lista, devem ser considerados desde gastos básicos, tais como:
- Conta de luz, água, telefone e internet;
- Impostos;
- Contador ou contabilidade MEI Fácil;
- Materiais de escritório;
- Empréstimos;
- Dívidas contraídas;
- Investimentos com o objetivo de ampliar o negócio;
- Despesas com pacotes de manutenção da conta bancária — dica: busque uma conta digital com taxa zero, como a MEI Fácil por Neon.
Separe as finanças pessoais das finanças da sua MEI
Não adianta querer saber como fazer um fluxo de caixa sem separar suas finanças. Separar o dinheiro da sua empresa do pessoal é recomendação unânime de planejadores e consultores financeiros.
Você pode pensar: “Minha empresa é pequena, eu mesmo faço a administração, não tem problema misturar contas, não corro riscos”. E esse é justamente um dos principais erros que muitos empreendedores cometem.
Manter as contas da empresa junto com as pessoais impede que você separe o que é seu e o que faz parte da empresa, e aí mora o perigo: quando a empresa MEI está com boa saúde financeira, o empreendedor pode se sentir à vontade para fazer retiradas sem nenhuma programação.
Assim, fica difícil ter o controle do fluxo de caixa e a noção exata de para onde estão indo os recursos do seu negócio.
Ou o contrário: você vai tirando dinheiro de sua reserva pessoal para cobrir gastos da sua empresa e não percebe que pode não estar lucrando o suficiente para manter seu negócio.
Quem nunca ouviu alguma história de empreendedor que estava bem e, de repente, se viu com problemas financeiros?
Muitos empreendedores MEI acabam usando os recursos da empresa para uso pessoal e, em um momento de necessidade, falta ao caixa da empresa e isso compromete os negócios.
Uma dica simples e fácil para deixar cada um no seu quadrado:
- Ter uma conta para pessoa física, aquela que você movimenta para ir ao cinema, fazer as compras no supermercado, entre outros;
- Ter outra conta para pessoa jurídica, aquela que vai servir para comprar materiais para seu negócio, pagar fornecedores etc.
Por isso, por mais tentador que seja “pegar um dinheirinho” no seu caixa ou “dar uma ajudinha no seu negócio tirando da sua conta”, segure-se.
Faça as contas, entenda o momento e a razão para não bagunçar as finanças e atrapalhar o fluxo de caixa, ou até mesmo arriscar sua empresa.
Como administrar o fluxo de caixa em 7 dicas
Vamos ver algumas dicas de como fazer um fluxo de caixa de forma eficiente e nunca mais passar perrengue na sua empresa:
1. Mantenha o fluxo atualizado
Não deixe de anotar e fazer atualizações periódicas no seu fluxo de caixa. Isso é fundamental para o sucesso da sua gestão financeira. A preguiça de contabilizar hoje pode gerar um erro de contas amanhã!
Isso garante que você acompanhe o fluxo de caixa e conheça de perto a saúde financeira da sua empresa e amplie suas chances de sucesso como empreendedor.
Acostume-se a registrar diariamente:
- Seu saldo inicial: quanto dinheiro você tem disponível naquele dia, isso sem contar valores que podem entrar ou que você vai pagar;
- Entradas: valores que você recebe pela venda de produtos ou serviços do MEI. É legal que você registre certinho a data de recebimento, a origem de cada receita (venda do que) e anote qual foi a forma de pagamento (dinheiro, cheque, cartão etc.);
- Saídas: aqui é o momento de registrar o que vai sair de dinheiro, isto é, os pagamentos de contas e seus gastos do MEI.
2. Fique de olho na conta bancária
Anote todas as movimentações bancárias, como recebimento de depósitos, transferência e saques. Aproveite e veja a disponibilidade de migrar para uma conta digital sem taxas.
A MEI Fácil por Neon tem a conta feita para o MEI por quem entende de MEI.
3. Tenha um controle específico para a empresa
Separe o controle financeiro da sua empresa MEI de suas finanças pessoais. Crie pastas, cadernos ou planilhas para cada um.
Se você usar a dica acima e tiver uma conta MEI para sua empresa, aproveite e conheça a conta digital da Neon para sua pessoa física.
Veja dicas de como fazer o controle financeiro pessoal.
4. Tome cuidado com as contas a receber
Não contabilize como saldo positivo, ou seja, dinheiro na mão, cheques que ainda vão ser compensados ou cheques devolvidos.
Além disso, prefira meios de pagamento mais seguros e rápidos, como o Pix para empresas. Dessa forma, o dinheiro cai em até 10 segundos para você.
Também receba pagamentos em cartão de débito e de crédito.
5. Tenha métodos de cobrança
Ninguém gosta, mas às vezes a única alternativa é cobrar os clientes pelos débitos.
Contas em atraso devem ser cobradas com rapidez para não prejudicar seu fluxo de caixa ou seu capital para operações do dia a dia.
Confira dicas de como evitar calotes de clientes.
6. Faça projeções
Tente entender o que você vai ter de entradas e gastos futuros e planeje-se para receber, cobrar e pagar em dia suas contas.
O prevenido evita surpresas desagradáveis!
7. Use uma conta digital PJ
Separar suas finanças, evitar taxas extras desnecessárias, otimizar o seu tempo e ter todo o controle da sua MEI em um único aplicativo. Esses são apenas alguns dos motivos para você ter uma conta digital PJ já!
Com a conta MEI Fácil, você tem acesso a todos os serviços dos bancos tradicionais, mas de forma digital e sem qualquer custo nas transações diárias.
Com ela é possível pagar fornecedores, receber de clientes, realizar transferências e comprar o que você quiser com o cartão MEI Fácil, que também não tem anuidade.
E mais: com a conta MEI Fácil você também tem maior controle sobre os seus gastos por meio da emissão de extratos e do registro do dinheiro que sai diretamente no aplicativo, o que evita surpresas no fim do mês.
Como abrir conta MEI grátis e escolher a melhor? Descubra aqui.
Ou seja, a nossa conta dá mais autonomia financeira e mais poder sobre o seu dinheiro e sobre o seu negócio.
Além disso, todas as informações que você precisa para fazer o controle de fluxo de caixa da sua empresa estão disponíveis no aplicativo, o que torna o processo de acompanhamento do seu orçamento muito mais fácil.
Agora que você conhece o conceito e funcionamento do fluxo de caixa, ficará muito mais fácil gerenciar as finanças. Além de registrar tudo o que entra e tudo o que sai, vale reforçar uma dica bem importante: tenha disciplina.
No começo, pode parecer chato, enfadonho, mas o resultado vai valer a pena!