O seu pequeno negócio está preparado para vender para a comunidade LGBTQIA+?
Ao longo desse conteúdo vamos te mostrar por que vender para a comunidade LGBTQIA+, como vender e alguns exemplos de negócios para você se inspirar e seguir.
Vamos apoiar essa causa e fazer diferença no mundo de pequeno em pequeno negócio?
O que é Pink Money?
Se você está buscando vender para a comunidade LGBTQIA+ já deve ter esbarrado com esse termo por aí, não é mesmo?
Traduzido para “dinheiro rosa”, o Pink Money é o termo usado para falar sobre o poder de compra da comunidade LGBTQIA+.
O termo não surgiu como força pejorativa, mas é comum ser usado para questionar ações e marcas que buscam apoiar a causa somente pensando no lucro.
Outro termo importante que você precisa conhecer: pinkwashing. Esse já é utilizado para produtos e serviços que não sustentam o posicionamento da causa, e pode ser traduzido para “lavagem rosa”.
É muito importante que você, MEI, saiba que esse consumo ideológico vem acompanhado com uma cobrança.
Os consumidores questionam e acompanham as marcas para confirmar o apoio a causa. Por isso é fundamental que você abrace essa ideia, e não apenas busque vende mais.
Outros termos para você conhecer:
Green Money – produtos e serviços que possuem preocupações ecológicas
Black Money – negócios criados ou liderados por pessoas pretas
O significado de “Money” é dinheiro, e nos exemplos acima temos o “dinheiro verde” e o “dinheiro preto”.
Por que vender para a comunidade LGBTQIA+?
Segundo uma pesquisa feita pela Nielsen no mercado americano, a comunidade LGBTQIA+ gasta 10% a mais do que o restante da população.
Estima-se que 10% da população brasileira é LGBTQIA+. Esse número não é completamente confiável, porque muitas pessoas não declaram sua orientação sexual. Porém, já é um dado que mostra que esse nicho é grande e pode ser melhor explorado pelos pequenos empreendedores.
Em 2015, a Out Leadership realizou uma pesquisa que mostrou que a estimativa de poder de compra dessa comunidade no Brasil é de R$ 419 milhões, ou seja, 10% do PIB.
Uma pesquisa realizada em 2018 pela corporação LGBT+ Capital demonstra que a comunidade fez circular 3,7 trilhões de dólares. Só no Brasil foram 103,7 bilhões de dólares.
Claro que não podemos desconsiderar a pandemia do coronavírus, afinal a comunidade LGBTQIA+ enfrentou dificuldades financeiras mais agressivas do que os heterossexuais e as pessoais cis gêneros – que se identificam com o gênero que nasceram.
Ainda assim, esse mercado ainda não é muito explorado aqui no Brasil e tem grande potencial. E um dos motivos para isso ainda é o preconceito.
Vale lembrar que o nosso país é o que mais mata transexuais no mundo, segundo pesquisas.
O consumidor quer se sentir representado
Cada vez mais o consumidor busca por representatividade e por causas sociais nas marcas. Segundo a pesquisa Global Consumer Pulse da Accenture Strategy:
79% dos consumidores afirmam que esperam que as empresas se posicionem quanto a assuntos relacionados à sociedade, meio ambiente e cultura.
Com isso, surge a necessidade de as marcas trazerem a representatividade de pessoas LGBTQIA+, gordas, pretas, entre outros. E também comecem a se preocupar com o empreendedorismo sustentável.
A pesquisa divulgada pela Qualibest reforça esse ponto mostrando que 57% dos consumidores não se sentem representados pelas campanhas publicitárias das grandes marcas.
Sua pequena empresa vai apostar na representatividade?
Como vender para a comunidade LGBTQIA+
Você entendeu que vender para a comunidade LGBTQIA+ é uma oportunidade para o seu pequeno negócio?
Então confira nossas dicas para garantir o sucesso!
Apoie a causa de verdade
Se o seu objetivo for vender para a comunidade apenas para lucrar mais, a sugestão é que você procure outras estratégias de venda.
A comunidade LGBTQIA+ se sente mais confortável comprando de marcas que apoiem verdadeiramente a causa, e hoje em dia não é difícil ser pego na mentira – e nem há motivos para isso.
Então, antes de começa a se planejar para vender para essa comunidade, apoie essa causa de verdade.
Estude a comunidade, comece pela sigla
Principalmente se você não fizer parte da comunidade, é importante que você faça sua lição de casa e estude mais sobre a comunidade. O primeiro passo é conhecer a sigla e o seu significado.
Assim, você evita de vender produtos falando que é para “GLS”, um termo ultrapassado e que não engloba toda a comunidade, por exemplo.
Além disso, o conhecimento é o primeiro passo para mostrar que seu interesse em vender para a comunidade é verdadeiro e não apenas uma estratégia de marketing.
Estude quem é seu público-alvo
Você vai vender para a comunidade LGBTQIA+, mas quem são essas pessoas?
O seu público-alvo é muito mais complexo do que apenas a identidade de gênero e orientação sexual. Você precisa conhecer quais são os valores, propósitos, objetivos de vida, causa sociais que apoiam, e muito mais.
Converse com seus consumidores atuais ou com colegas LGBTQIA+ para descobrir essas respostas. Só assim, você vai descobrir como a sua marca, seus produtos e serviços, podem ajudar essa comunidade.
Entender quais são as lutas da comunidade e as principais dificuldades enfrentadas, com certeza te aproximará dessas histórias e te deixará mais vontade de ajudar!
Análise seus produtos e serviços
Você é fotografo? Talvez sua forma de ajudar e vender para a comunidade LGBTQIA+ seja fazendo sessões fotográficas com desconto.
Você vende doces? E se você fizesse decorações especiais de arco-íris, por exemplo? Uma inspiração para você conhecer é a Coolors Confeitaria Criativa.
Trabalha com serviços de estéticas? E se você usar seus clientes LGBTQIA+ como modelos para divulgar o seu trabalho? Afinal, o consumidor gosta de se sentir representado pelas marcas que consome. E claro, se você fizer promoções especiais para eles, terá muito mais sucesso!
Está pensando em abrir um restaurante ou bar? Você pode abrir um espaço voltado para a comunidade, onde todas as siglas se sintam mais acolhidas.
Entenda quais produtos e serviços você oferece hoje, e como adaptá-los para a comunidade LGBTQIA+.
Se possível, contrate uma pessoa LGBTQIA+
Embora seja possível que um MEI contrate um funcionário, sabemos que essa não é a realidade de todo pequeno empreendedor.
Mas se você está pensando em contratar alguém para te ajudar na sua empresa, considere uma pessoa LGBTQIA+. Além de garantir uma oportunidade de emprego para alguém que muitas vezes é rejeitado no mercado de trabalho, você aprenderá muito sobre essa comunidade.
Alguém da sigla te mostrará muitas possibilidades de como ampliar o seu negócio para alcançar um público muito mais diversificado.
E se a contratação não é uma realidade para sua MEI, análise quem são seus fornecedores. Eles apoiam a causa? Você conhece fornecedores LGBTQIA+? Você consegue trazer eles para essa luta?
Vá além do mês do Orgulho
Conhecer algumas datas importantes para a comunidade LGBTQIA+ irá te ajudar a pensar em estratégias de divulgação da sua marca.
Algumas datas para você conhecer:
- 29 de janeiro – Dia Nacional da Visibilidade Trans
- 31 de março – Dia Internacional da Visibilidade Trans
- 17 de maio – Dia Internacional de Combate à Homofobia
- 28 de junho – Dia Internacional do Orgulho Gay
- 29 de agosto – Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
- 23 de setembro – Dia da Visibilidade Bissexual
- 26 de outubro – Dia da Visibilidade Intersexual
- 8 de novembro – Dia da Solidariedade Intersexual
- 8 de dezembro – Dia da Pansexualidade
Mas não se prenda apenas as datas.
Se você realmente quer vender para a comunidade e apoiar essa causa, esteja presente durante o ano inteiro. Mostre apoio, traga maior representatividade e faça a diferença.
Exemplos de negócios LGBTQIA+ para você se inspirar
Conheça alguns negócios LGBTQIA+ que podem te inspirar a vender para essa comunidade!
Logay
A Logay é uma marca LGBTQIAP+. Seus produtos promovem a diversidade e a inclusão, compromisso com responsabilidade social. A loja é online e entrega para todo o Brasil.
No catálogo de produtos da marca há camisetas, shorts, meias, pulseiras, colares, almofadas, canecas e pelúcias, e muito mais. Seus produtos são divididos em vestuário, acessórios, gifts e pet.
Translúdica
A Translúdica é a primeira marca colaborativa trans. A marca surgiu da ausência de oportunidades no mercado trabalho para a comunidade trans.
Embora cerca de 70% do público da loja seja cis gênero, a marca busca atender as pessoas trans e vender produtos de pessoas trans.
Maria João Camisaria
A marca Maria João Camisaria produz camisas e shorts que buscam trazer à tona a discussão sobre a representatividade no mundo da moda.
A modelagem das peças é Agênero, “tornando possível vestir a todos os corpos com caimento excelente, sem distinção de gênero.“, segundo o site da marca.
“Atualmente nossa luta segue em disseminar a beleza que há em ser livre, assim o nosso grito de liberdade vem sendo ouvido nos quatro cantos do país, e a cada dia mais vamos quebrando as barreiras do preconceito, e tornando um sonho de igualdade possível.”
Queerida Joais
A Queerida Joais é uma loja de joias que nasceu com o objetivo de representar a comunidade LGBTQIA+.
Segundo o site da marca, o seu objetivo é ir além da venda de acessórios. “Queremos gerar conteúdo, nos envolver com educação, conscientização, saúde e empreendedorismo para nossa comunidade.”
Já está se planejando para começar a vender para comunidade LGBTQIA+? Se tiver dúvidas, nos procure no Grupo MEI Fácil.