O empreendedorismo feminino avança na mesma velocidade das conquistas das mulheres – e elas estão provando seu valor à frente dos negócios. Mas, mesmo com o aumento das empresas comandadas por elas, infelizmente ainda há muitos desafios a serem superados.
Não à toa, diversas iniciativas de apoio vêm surgindo para incentivar as mulheres empreendedoras a alcançar sua independência financeira e gerir seu próprio negócio.
Por isso, criamos este guia com dicas valiosas para você começar a empreender. Siga a leitura e tire sua ideia do papel!
Por que é importante falar de empreendedorismo feminino?
O empreendedorismo feminino não representa apenas um salto na atividade empreendedora no mundo todo, mas também um grande avanço da transformação social.
Afinal, cada vez mais mulheres estão assumindo o protagonismo de suas vidas e buscando a independência financeira – e abrir um negócio próprio é um ótimo caminho para o empoderamento.
De acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino no Brasil, publicada em 2019 pelo Sebrae, elas estão à frente de 34% dos negócios atuais, e 45% são empreendedoras.
No total, são 9,3 milhões de mulheres comandando negócios no Brasil, que já ultrapassaram os homens na proporção de novos negócios abertos no País. Mas a discriminação ainda mostra seus efeitos: apesar de terem um nível de escolaridade 16% superior, as mulheres continuam ganhando 22% menos que os homens empresários.
Ao mesmo tempo, uma pesquisa da Grant Thornton, publicada em 2019, mostra que as mulheres ocupam apenas 25% dos cargos de liderança e 15% das altas posições corporativas.
Outro dado que mostra as dificuldades de mulheres empreenderem tem caráter social. De acordo com a pesquisa Global Attitudes towards gender in 2020, publicada pela Ipsos, 3 em cada 10 pessoas no Brasil admitem que ainda se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe.
Não à toa, elas são maioria no grupo que empreende por necessidade, principalmente após a maternidade, devido à dificuldade de recolocação no mercado de trabalho.
9 dicas para encarar o empreendedorismo feminino
Agora só faltam alguns passos para tirar sua ideia do papel. Confira dicas para se tornar uma empreendedora:
1. Fique atenta às tendências de negócios
Para se aventurar no empreendedorismo feminino, é importante que você acompanhe as mudanças do mercado e fique atenta às tendências. Assim, você saberá quais são os melhores negócios da vez e saberá identificar as oportunidades para empreender.
Muitas mulheres têm ideias no seu dia a dia, ao identificar uma necessidade de consumo ou uma chance de explorar um novo nicho. Se você estiver inspirada com as novidades do mercado, será muito mais fácil ter uma ideia inovadora e lucrativa.
2. Escolha uma área com a qual tenha afinidade
A paixão é um combustível importante para o empreendedorismo e aumenta suas chances de sucesso. Por isso, procure uma área que tenha a ver com seus propósitos e com a qual você já tenha alguma afinidade, seja pela ligação profissional ou por preferência pessoal.
Se você já trabalha com algo relacionado ao segmento-alvo, melhor ainda, pois será mais fácil dominar o assunto.
3. Invista em capacitação
Outra dica importante é procurar cursos, workshops, treinamentos e conteúdos de capacitação em gestão e empreendedorismo.
No Sebrae, por exemplo, você encontra inúmeros materiais e cursos gratuitos para começar sua jornada de estudos.
Inclusive, o serviço oferece um treinamento exclusivo para pequenas empreendedoras chamado Projeto Sebrae Delas – Mulher de Negócios.
4. Procure aceleradoras e programas de apoio
Além dos cursos tradicionais do mercado, você pode buscar aceleradoras e programas voltados especialmente às mulheres.
A Rede Mulher Empreendedora (RME), por exemplo, é a maior rede de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, que oferece iniciativas de capacitação, integração e troca de conhecimento entre mulheres que possuem ou buscam seu próprio negócio.
Para começar, você pode assistir aos vídeos da Trilha Empreendedora da RME gratuitamente e fazer o curso intensivo pago de 2 dias, chamado Quero Empreender.
A rede também oferece o programa RME Conecta, que conecta negócios de mulheres a grandes empresas, e o RME Acelera, que acelera empresas femininas com alto potencial de crescimento.
5. Faça seu networking
O networking também é essencial no empreendedorismo feminino, principalmente para obter referências de outras mulheres da mesma área.
Por isso, é importante frequentar eventos como a Feira do Empreendedor do Sebrae, que teve um espaço exclusivo para empreendedoras em sua edição de 2019.
Além disso, você deve comparecer aos eventos da sua área de atuação e buscar contatos profissionais pessoalmente e online.
6. Elabore seu plano de negócio
Para que qualquer projeto dê certo é necessário elaborar um plano de negócio para colocar a ideia em prática.
Para isso, você deverá partir das questões essenciais:
- Qual o produto ou serviço oferecido?
- Quem é o público-alvo e quais são suas necessidades?
- Há demanda e mercado para a solução oferecida?
- Como o produto ou serviço atende às necessidades do consumidor e agrega valor?
- Quais os diferenciais do produto ou serviço em relação à concorrência?
- Como a solução será precificada, distribuída e divulgada?
- Qual o capital inicial e capital de giro necessários, e respectivas fontes de financiamento?
A partir dessas e outras questões, você poderá elaborar um documento com objetivos, estratégias, público-alvo, estudo do mercado e planejamento completo da sua futura empresa.
7. Busque uma linha de crédito
Se você já está pronta para formalizar seu negócio e começar as operações, o próximo passo é obter o capital necessário.
Para isso, já existem linhas de crédito específicas para mulheres empreendedoras.
A Caixa, por exemplo, criou o pacote de benefícios Caixa Mulheres, com taxas e tarifas reduzidas para apoiar as micro e pequenas empreendedoras.
8. Formalize seu negócio
Com o plano de negócio pronto e capital suficiente, finalmente chega o momento de formalizar seu negócio.
Nessa hora, é importante contar com os serviços da contabilidade (se for digital, mais fácil ainda) para escolher o melhor enquadramento para sua empresa.
Se você quer começar aos poucos, trabalhando sozinha, o MEI (Microempreendedor Individual) é uma ótima opção, pois unifica os impostos mensais em um valor acessível e permite que você obtenha seu CNPJ pela internet – para negócios que faturam até R$ 81 mil anuais.
9. Foque na gestão financeira
Para finalizar, não deixe de fazer um curso de finanças para dominar a gestão financeira e manter seu negócio sempre no azul.
Desafios do empreendedorismo feminino
Mas saiba que nem tudo são rosas e, como todo mundo que decide empreender, você deve ficar atenta aos obstáculos do mercado. Confira os principais desafios das mulheres empreendedoras.
Enfrentar a discriminação de gênero
Como vimos, ainda há resistência cultural em relação à liderança das mulheres, e essa questão atrapalha o empreendedorismo feminino.
A tendência é que esse problema seja superado, mas até lá, as mulheres precisam de foco e determinação para passar por cima da desconfiança e ocupar seu lugar à frente das empresas.
De modo geral, as empreendedoras relatam uma experiência semelhante: precisam se mostrar duas vezes mais competentes para ter o mesmo reconhecimento dos homens.
Acessar linhas de crédito
A pesquisa do Sebrae revela que as mulheres empreendedoras tomam empréstimos menores e pagam juros mais altos do que os homens.
O valor médio de crédito que elas conseguem é cerca de R$ 13 mil menor que o dos empreendedores, enquanto as taxas de juros podem ser 3,5% maiores.
Apesar desses dados, as mulheres têm um índice de inadimplência menor que os homens: 3,7%, em comparação aos 4,2% deles.
Afinal, a falta de controle financeiro é uma das principais causas de mortalidade das empresas, principalmente nos primeiros meses.
E então, está pronta para colocar nossas dicas de empreendedorismo feminino em prática?
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