Novas notas de dinheiro: por que criar cédulas diferentes?

Novas notas de dinheiro estão sempre surgindo no mundo e mudando economias. Descubra 5 razões para imprimir novas cédulas.
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Vira e mexe, algum país anuncia uma nota inédita, uma renovação das cédulas atuais ou mesmo edições comemorativas da moeda oficial. Recentemente, o Brasil anunciou uma nova nota, no valor de R$ 200, que deve começar a circular no País ainda esse ano. Mas você sabe por que novas notas de dinheiro são criadas governos no Brasil e no mundo?

A decisão de criar um valor não é tomada ao acaso, já que traz custos para os cofres públicos. Por isso, vamos entender melhor os motivos por trás das novas notas de dinheiro e conferir algumas curiosidades sobre o assunto.

Continue lendo e aumente seu conhecimento sobre economia.

Como são criadas as notas de dinheiro

As novas notas de dinheiro estão sempre surgindo pelo mundo para atender a necessidades específicas da população e do mercado.

No Brasil, o Banco Central decide quais notas precisam ser produzidas e a Casa da Moeda fica responsável pela impressão das cédulas em papel-moeda.

Atualmente, temos em circulação duas famílias de notas: a primeira família do Real, lançada em 1994 para substituir o Cruzeiro Real, e a segunda família do Real, que modernizou nossa moeda.

Para 2020, o Banco Central já programou a impressão de 1,8 milhão de novas notas de R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100 – e, muito em breve, as novas notas de R$ 200 que vem por aí.

Desde o Plano Real, já assistimos à extinção da nota de R$ 1 e várias edições comemorativas do dinheiro brasileiro.

Agora, vamos descobrir por que novas notas de dinheiro são criadas, e como isso influencia a economia do país.

5 razões para ter novas notas de moeda

Existem várias razões para criar notas de moeda em diferentes países e economias.

Confira as mais comuns.

Inflação

Quando as notas de menor valor começam a desaparecer e dar lugar a cédulas de valor mais alto, o alerta da inflação dispara na mente das pessoas.

No Brasil, principalmente, a população carrega o trauma da hiperinflação dos anos 1980 e 1990, quando os preços subiam absurdamente da noite para o dia e faziam o dinheiro virar pó.

Nessa época, o governo chegou a criar cédulas de 500 mil Cruzeiros para dar conta dos preços que duplicavam a cada dia. Com índices de inflação que batiam 80% em um único mês, foi preciso aumentar o valor das notas, já que o dinheiro valia cada vez menos – basicamente, um monte de papel de baixo valor.

Para você ter uma ideia, uma margarina podia custar 43 mil Cruzeiros, uma televisão mais de 1 milhão de Cruzeiros e um simples papel higiênico saía por mais de 24 mil Cruzeiros (Uol, 2017).

A situação só foi normalizada com o Plano Real, lançado em 1994, que finalmente controlou a hiperinflação e colocou a economia nos eixos novamente. Desde então, nossa inflação medida pelo IPCA seguiu índices considerados normais e não voltou a assombrar o bolso do brasileiro.

Mesmo com alguns episódios como a extinção das moedas de um centavo e notas de R$ 1, e a recente criação de uma nota de R$ 200, o Banco Central diz que não há motivos para se preocupar com um possível retorno da hiperinflação nesse momento.

Melhora da segurança

Outro motivo para criar novas notas ou substituir as notas em circulação por novos modelos é a necessidade de aumentar a segurança contra falsificações.

Em 2010, por exemplo, o Banco Central do Brasil lançou novas cédulas seguindo padrões internacionais, reforçando a qualidade das marcas d’água e introduzindo novidades como a banda holográfica.

Tudo para evitar que as notas sejam falsificadas, além de aumentar sua vida útil com materiais mais resistentes.

Facilidade operacional

As novas notas de dinheiro também podem ser criadas por uma questão de facilidade operacional. Por exemplo, se aumenta a demanda por dinheiro em espécie na economia, pode ser necessário criar cédulas para facilitar os saques, o transporte e a circulação.

Em outras situações, o governo pode imprimir cédulas de valor menor para facilitar o troco no comércio e agilizar as transações.

Mudança de reinado

Em países que mantêm a monarquia constitucional como regime político, a mudança de reinado é uma das razões para a criação de novas notas de dinheiro.

Nesse caso, as novas cédulas podem homenagear heróis nacionais e representar o início do novo governo.

Datas comemorativas

Por fim, é comum que os bancos centrais lancem notas e moedas em datas comemorativas.

Você se lembra daquela cédula de R$ 10 feita de plástico? Ela foi lançada em abril de 2000 para comemorar os 500 anos de descobrimento do Brasil, com uma imagem de Pedro Álvares Cabral e um mapa original da “Terra Brasilis”.

Hoje, uma nota dessas vale até 13 vezes mais para colecionadores, dependendo do estado de conservação.

Outros exemplos são as moedas de R$ 1 comemorativa de 25 anos do Plano Real e da edição 50 anos da Declaração de Direitos Humanos, e também da nota de R$ 1 com assinatura de Malan e Loyola.

Novas notas de moeda ao redor do mundo

Os governos estão sempre lançando novas notas de dinheiro para contornar a inflação, aumentar a segurança ou simplesmente proporcionar maior conveniência.

Veja algumas dessas mudanças recentes pelo mundo.

Brasil

No Brasil, a nota mais recente lançada pelo governo é a de R$ 200,00, anunciada em julho de 2020 pelo Banco Centra, que terá o lobo-guará estampado.

A justificativa para a criação da nova cédula é a necessidade de atender ao aumento da demanda por dinheiro vivo devido à pandemia.

Para efeitos de comparação, as pessoas detinham R$ 216 bilhões em dinheiro em março, e esse valor subiu para R$ 277 bilhões em julho.

Isso acontece porque, em tempos de incerteza econômica, muita gente prefere sacar o dinheiro para não correr nenhum risco de perder suas economias – o que o governo chama de “entesouramento”.

Além disso, o governo diz que a nota de R$ 200 vai facilitar o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600.

Reino Unido

Em 2019, o Reino Unido lançou uma nova nota de 50 libras com o rosto do cientista inglês Alan Turing, considerado o pai da informática e da inteligência artificial. A nova cédula deve entrar em circulação no final de 2021 no país, e vai homenagear o trabalho de Turing em imagens de suas fórmulas matemáticas.

Além disso, o Reino Unido também vai cunhar uma moeda de 50 centavos de Libra esterlina especialmente para o Brexit, conforme noticiado no G1 em 2019. A edição comemorativa deve trazer uma mensagem de amizade entre as nações após a saída do país da União Europeia.

Tunísia

Em abril de 2020, a Tunísia lançou sua nova nota de 10 dinares com o retrato de Tawhida Ben Cheikh, a primeira médica tunisiana, segundo a Agência de Notícias Brasil-Árabe.

De acordo com o diretor do Banco Central da Tunísia, Abdelaziz Ben Said, a nova cédula é uma maneira de homenagear as mulheres do país nos campos médico e científico.

Argentina

Em 2016, a Argentina lançou suas novas notas de 500 e 200 pesos argentinos, como forma de lidar com a inflação em alta.

Um ano depois, em 2017, chegou a nota de mil pesos (R$ 73,30 em julho de 2020), ao mesmo tempo em que o governo tirou de circulação a nota de 2 pesos que praticamente não tinha mais nenhum valor.

Atualmente, o presidente Alberto Fernández estuda a possibilidade de lançar uma nota de 5 mil pesos, conforme noticiado no El País em 2020.

As maiores notas de moeda do mundo

Aproveitando o assunto das novas notas de dinheiro, você já se perguntou quais são as maiores notas do mundo?

Veja alguns casos que ultrapassam – e muito – nossa nova cédula de R$ 200.

Dólar zimbabuano

O caso mais famoso de nota com muitos zeros e pouco valor é o do dólar zimbabuano.

Em 2008, o governo do Zimbábue chegou a imprimir uma nota de 100 trilhões de dólares zimbabuanos – que mal dava para pegar um ônibus até o trabalho.

Basicamente, um dólar americano equivalia a 25 quadrilhões da moeda zimbabuana na época, enquanto o país enfrentava uma hiperinflação histórica que atingiu 500 bilhões por cento ao ano.

Para resolver a situação, o governo recolheu o dólar zimbabuano em 2015 e implementou um sistema monetário múltiplo com o rand sul-africano e o dólar americano.

Dong vietnamita

Outro exemplo de cédula altíssima é a nota de 500 mil dongues vietnamitas, que hoje vale cerca de US$ 21.

A moeda é utilizada na República Socialista do Vietnã desde 1978, e faz parte da trajetória de um país que ainda se recupera do histórico de guerras.

Dólar singapurense

Na ilha de Singapura, no sudeste asiático, a população pode fazer suas compras com uma nota de 10 mil dólares singapurenses.

A cédula vale pouco mais de 7 mil dólares americanos atualmente e é uma das maiores do planeta.

Dram Armênio

Na Armênia, há uma cédula de valor bastante notável: 100 mil drames armênios.

O país se tornou independente da União Soviética em 1991 e adotou o dram como moeda oficial em 1993, durante o governo de Isahak Isahakyan.

Hoje, as notas de 100 mil são raras e valeriam cerca de US$ 20, mas permanecem em circulação as notas de 1 mil, 5 mil, 10 mil, 20 mil e 50 mil drames.

E aí, deu para entender por que as novas notas de dinheiro são criadas mundo afora?

Comente o que achou dos lançamentos recentes e qual nota gostaria de ter no Brasil.

Vira e mexe, algum país anuncia uma nota inédita, uma renovação das cédulas atuais ou mesmo edições comemorativas da moeda oficial. Recentemente, o Brasil anunciou uma nova nota, no valor de R$ 200, que deve começar a circular no País ainda esse ano. Mas você sabe por que novas notas de dinheiro são criadas governos no Brasil e no mundo?

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