A taxa Selic é importante para a economia do país e também impacta diretamente as suas finanças. Vamos aprender sobre ela hoje?
Então continue lendo e confira todos os detalhes sobre o assunto!
O que é a taxa Selic?
Selic é a taxa básica de juros da economia, o que significa que ela é a referência para definir todas as demais taxas do país. Por conta disso, é um recurso do Banco Central (BC) para controlar a inflação. Empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, por exemplo, são diretamente afetados por ela.
Segundo definição do Banco Central, “a taxa Selic refere-se à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia.”
Além disso, “o BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom).”
Ela afeta as demais taxas de juros do país porque é uma “reação em cadeia”: quando a Selic cai, a rentabilidade dos títulos atrelados a ela também cai e, por consequência, os custos dos bancos reduz.
Por isso, os juros cobrados para os empréstimos e financiamentos passam a ser menores. O mesmo vale para o movimento contrário.
Mas o que significa “Selic”?
Selic é a sigla para “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”, uma infraestrutura do mercado financeiro que é administrada pelo Banco Central, na qual os títulos públicos federais são transacionados.
Assim, a taxa média dos financiamentos que ocorrem nesse sistema corresponde à taxa Selic.
Para que serve a taxa Selic?
A função da Selic é ser uma espécie de regulador da inflação e dos juros no país. Na prática, um instrumento usado pelo Banco Central.
Em outras palavras, o Banco Central abre ou fecha a torneira do dinheiro que circula no mercado. Por exemplo, se a Selic cair, aumenta o dinheiro em circulação.
Por consequência, as taxas de juros também caem e o consumo tende a ganhar mais força. Essa facilidade provocada pela queda dos juros faz com que as pessoas retomem aquela compra que até então estavam segurando.
Como funciona a taxa Selic?
A cada 45 dias, o Copom, órgão do Banco Central formado pelo presidente e diretores, fixa uma meta para a taxa Selic. Ao cobrarem suas taxas de juros, as instituições financeiras (bancos, por exemplo) precisam usar a Selic como referência.
Assim, quando o BC altera a meta da taxa Selic, a rentabilidade dos títulos indexados a ela também é alterada, de modo que o custo de captação dos bancos muda.
Por isso, quando a Selic está mais baixa, o custo de captação dos bancos é reduzido, de modo que os empréstimos ficam mais baratos.
Por outro lado, se a Selic sobe, a tendência é que os bancos também aumentem os juros cobrados nos empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, ou seja, o crédito fica mais caro na praça.
Importante: tanto a elevação quanto a diminuição dos juros do crédito não ocorrem na mesma proporção da variação da Selic.
Em relação aos investimentos de renda fixa, as remunerações ficam melhores quando a Selic aumenta, assim como ocorre o movimento oposto quando ela cai.
Qual o valor da taxa Selic hoje?
Hoje a taxa básica de juros da economia está em 13,25% ao ano, valor que é revisto a cada nova reunião do Copom. Como a Selic pode ser considerada um termômetro da economia, altos e baixos são observados em determinados períodos.
Quanto mais alta a taxa (que seria a temperatura), mais reflete uma situação de crise, pois o Banco Central tenta, com o aumento, conter a inflação.
Para ficar mais fácil entender, entre 2015 e 2016, quando o país atravessou o auge da crise econômica, a Selic disparou e atingiu 14,25%.
A “temperatura” começou a cair no fim de 2017, quando foi iniciada uma redução gradativa da taxa básica de juros, como reflexo do início da recuperação da economia.
Vale lembrar que a Selic é uma referência para outras taxas de juros, por isso não necessariamente representa o percentual exato de juros que você irá pagar por uma operação, já que outros índices também podem incidir sobre o processo.
A taxa Selic está relacionada ao custo de captação, que é quanto os bancos precisam pagar para conseguir obter o dinheiro para empresar, seja em um empréstimo, financiamento ou cartão de crédito.
Porém, as instituições também podem cobrar outras taxas e impostos, assim como sua margem de lucro, por isso é importante sempre ter atenção ao Custo Efetivo Total (CET) da operação.
Qual a importância da taxa Selic?
A importância da Selic está no fato de que a taxa de juros é a ferramenta utilizada pelo Banco Central para tentar controlar a inflação, já que a oscilação dos juros influencia diretamente o consumo, a solicitação de empréstimos e financiamentos, assim como os investimentos.
O movimento basicamente funciona assim: em cenários de inflação alta, o Banco Central opta por subir os juros justamente para reduzir o consumo e “forçar” a queda dos preços.
Por outro lado, quando a inflação está baixa, o BC faz os juros caírem para que o consumo seja aquecido. Assim, é um recurso fundamental para manter a economia em equilíbrio.
O impacto da Selic na sua vida e no seu bolso
O movimento da Selic, para cima ou para baixo, regula o movimento das taxas de juros das instituições financeiras. Digamos que a Selic subiu e, junto, os juros bancários também aumentaram.
As consequências recaem diretamente para você, consumidor — os juros do cartão de crédito, que já são altos, tendem a ficar ainda maiores. Essa alta dos juros, de alguma maneira, também inviabiliza os parcelamentos maiores, seja para pagar a fatura do cartão, seja para fazer compras a prazo.
Outro impacto direto da Selic é sobre o rendimento das aplicações financeiras, principalmente aquelas que têm a rentabilidade atrelada à taxa básica de juros.
O chamado CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa que serve como referência para aplicações financeiras conservadoras, é um indicador que deve estar no radar dos investidores. Na prática, o CDI acompanha de perto a variação da Selic. Ou seja, se a taxa básica subir, o CDI também sobe.
Já o Certificado de Depósito Bancário (CDB) costuma ter a remuneração fixada em percentual do CDI — por exemplo, um CDB que paga 95% do CDI.
Além disso, o Tesouro Direto tem um título público chamado Tesouro Selic, que segue diretamente a taxa básica de juros, a Selic, como o próprio nome já deixa claro.
Esse um dos títulos públicos mais tradicionais do Tesouro Direto e rende o mesmo que a Selic mais uma taxa prefixada mínima, acompanhando de perto a variação dos juros na economia.
O Tesouro Selic 2025, por exemplo, rende a Selic + 0,2208% e vence em 1º de março de 2025.
O grande diferencial desse título é que ele não sofre marcação a mercado como os outros, ou seja, sua variação de preço é mínima e não há grande riscos de prejuízo com o resgate antecipado.
Por isso, ele é especialmente indicado para reservas de emergência e objetivos de curto prazo, já que rende acima da poupança e oferece o mesmo grau de liquidez. Por outro lado, seus rendimentos podem ser tornar menos atrativos em um cenário de juros baixos.
De modo geral, como se baseiam na taxa básica, o raciocínio para acompanhar o desempenho dos títulos do Tesouro Selic fica bem fácil: quando a Selic aumenta, os títulos trarão mais rendimento. Quando diminui, também renderão menos.
Qual a relação entre a taxa Selic e a poupança?
Mesmo que a poupança ainda seja uma opção preferida por muitos investidores, os títulos públicos do tipo Tesouro Selic costumam render mais, principalmente considerando o cenário de hoje em que os juros de fato estão baixos.
Isso porque a regra da caderneta de poupança é:
- Quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% ao ano, seu rendimento é de 70% da taxa Selic mais a TR (Taxa Referencial), que desde setembro de 2017 está em 0%;
- Quando taxa Selic está acima de 8,5% ano, a rentabilidade da poupança passa a ser de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais TR.
Porém, sempre é importante levar em consideração a inflação: caso ela esteja acima da Selic, ainda assim haverá perda de poder aquisitivo, já que as remunerações não superarão a inflação.
Onde investir quando a taxa Selic cai?
Você já entendeu que quando a taxa Selic cai, aplicações tradicionais como poupança e títulos públicos do Tesouro Direto ficam com rendimento mais baixo.
Então, para ver o bolo do dinheiro crescer, é preciso seguir a regra básica de todos os investidores: diversificar a carteira. Na prática, significa considerar outros tipos de investimento, por exemplo aqueles que tenham um pouco mais de risco, o que representa, claro, maior potencial de ganhos.
Porém, uma coisa é tão importante quanto escolher as aplicações é entender exatamente qual o seu perfil de risco, quais as suas necessidades e os objetivos que pretende alcançar.
Afinal, você quer investir por quanto tempo? Aceita correr mais risco em troca de um rendimento mais farto? Ou pode precisar da grana a qualquer momento?
Não existe uma fórmula mágica que responda para mim e para você, ou para todos, qual o melhor investimento do momento. Cada pessoa tem um padrão de vida e, assim, uma lista diferente de recomendações sobre onde investir.
Mesmo assim, de acordo com o cenário atual com a Selic baixa, é preciso correr mais risco para ganhar mais, não tem muito segredo.
Lembrando que sua reserva de emergência não pode ser mexida, viu? Trate de deixá-la investida em algo que possa ser sacado a qualquer hora, como o CDB Neon que tem liquidez diária.
Para objetivos de curto prazo, nem vale tanto a pena correr mais risco, o ideal é investir em renda fixa mesmo.
Para as metas de médio e longo prazo, aí sim é importante diversificar a carteira de investimentos, mas, como já dito acima, tenha muito bem claro qual o seu perfil de investidor e quais riscos pode correr, de acordo com as necessidade e os objetivos que busca alcançar.