
4 dicas de educação financeira infantil para seus filhos

A educação financeira infantil está longe dos níveis ideais no Brasil, onde nem sequer os adultos têm uma boa relação com o dinheiro. Para as crianças, então, é um assunto distante, mas deveria se tornar prioridade em todas as escolas e lares.
Quando você ensina finanças para crianças desde cedo, há grandes chances de elas se tornarem adultos responsáveis, conscientes e bem-sucedidos financeiramente.
Por isso, está na hora de colocar a educação financeira infantil em prática e cuidar do futuro das crianças da sua família.
Leia nosso artigo com atenção e veja o que você pode fazer para formar uma geração mais próspera.
O que é educação financeira infantil?
A educação financeira infantil é a ciência da gestão do dinheiro voltada às crianças, a qual ensina os princípios básicos para elas terem um futuro mais próspero.
Quando aprendemos desde pequenos a gerenciar nossas finanças, crescemos tendo uma relação mais saudável com o dinheiro e conseguimos realizar nossos objetivos, além de evitar o endividamento.
Mas não é o que costuma acontecer no Brasil, onde a vida financeira é tratada como um tabu e poucas crianças recebem orientações sobre o assunto.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Itaú, Datafolha e Box1924, praticamente metade dos brasileiros (49%) evita até mesmo pensar em dinheiro para não ficar triste.
Outro dado alarmante é que 46% dos brasileiros preferem nem conferir a própria conta corrente porque acreditam que estão fazendo algo errado em termos financeiros. Além disso, 97% têm dificuldade em lidar com o próprio dinheiro e 60% nunca revelam quanto ganham.
Infelizmente, essa falta de planejamento faz parte da cultura do país, devido a fatores como os anos de instabilidade econômica, tabu em falar sobre dinheiro e comportamento imediatista (aproveitar o hoje em vez de poupar para o amanhã).
Aqui você confere um artigo a respeito da importância de falar sobre dinheiro.
Para mudar essa realidade, é preciso agir na raiz do problema e investir na educação financeira para crianças desde os primeiros anos de vida.
Principais lições de educação financeira infantil
A educação financeira infantil é baseada em alguns pilares que determinam o comportamento e as decisões em relação ao dinheiro.
Veja quais são os principais:
- Compreensão do valor do dinheiro
- Associação entre esforço e recompensa
- Capacidade de poupar
- Redução de custos
- Limitação de orçamento
- Separação entre necessidade e desejo
- Noção sobre investimentos
Explicaremos cada uma das lições a seguir.
Compreensão do valor do dinheiro
A primeira lição de finanças para crianças é sobre o valor do dinheiro.
Logo que começa a aprender os números, a criança pode ter contato com notas e moedas e, aos poucos, fazer a associação entre a soma monetária e as compras da família.
Além disso, é importante que ela reconheça o esforço por trás de cada produto ou serviço adquirido e entenda que os presentes dados pelos pais têm um custo.
Associação entre esforço e recompensa
Outro ponto importante é a associação entre o esforço e a recompensa, que é a lógica central do mercado de trabalho e do empreendedorismo.
Desde cedo, a criança pode ganhar dinheiro conforme cumpre metas e realiza tarefas — exceto atividades que devem ser reconhecidas como obrigação, como estudar.
Dessa forma, ela entende que uma vida financeira próspera depende de seu próprio empenho.
Capacidade de poupar
A capacidade de poupar é uma das lições mais importantes da educação financeira em qualquer idade.
Para crianças, o bom e velho cofrinho é um ótimo começo para aprender a economizar, acumular dinheiro e alcançar objetivos ao longo do tempo.
Quando os pequenos entendem que guardar um pouco de seu dinheiro significa ter condições para comprar algo melhor futuramente, está plantada a semente da organização financeira.
Redução de custos
Quando os pais ensinam a criança a fechar a torneira ao escovar os dentes ou apagar as luzes quando sai do cômodo, estão educando sobre redução de custos e, de quebra, contribuindo para o meio ambiente.
É importante ficar bem claro que cada real economizado representa novas oportunidades de consumo e recompensas futuras, e que nada é pior que desperdiçar dinheiro.
Limitação de orçamento
A criança também precisa entender o mais cedo possível que existe uma limitação de orçamento na família.
Na idade certa, os pais devem compartilhar a organização das contas da casa e falar sobre salário, renda e gastos da casa.
Assim, ela cresce sabendo que o dinheiro é limitado e é preciso administrá-lo de forma inteligente para alcançar suas metas.
Separação entre necessidade e desejo
Não são poucas pessoas que chegam à idade adulta sem saber diferenciar necessidades de desejos na hora de tomar decisões financeiras.
Quem não tem essa base corre o risco de comprar compulsivamente e se descontrolar com os gastos por impulso, comprometendo o orçamento e todos os seus objetivos.
Por isso, é importante educar a criança para evitar o consumismo excessivo, ensinando a diferença entre querer e de fato precisar de algo.
Noção sobre investimentos
Por fim, a noção sobre investimentos pode ser ensinada desde a infância, formando adultos que entendem o que significa “fazer o dinheiro trabalhar para você”.
Nesse caso, a criança pode ser apresentada aos produtos financeiros mais simples do mercado e aprender sobre rentabilidade, liquidez e juros, por exemplo.
O importante é que ela entenda a relação entre o valor do dinheiro e o tempo, aprendendo a investir hoje para colher os frutos amanhã.
Qual a idade certa para iniciar as lições de educação financeira?
Muitos pais e familiares têm dúvidas sobre a idade certa para iniciar as atividades de educação financeira infantil.
Na visão do planejador financeiro Francisco Levy, o envolvimento das crianças com as finanças pode começar aos três anos.
Entre os três e cinco anos, os pequenos já podem guardar moedas no cofrinho e aprender a economizar, recebendo uma quantia semanal fixa.
A partir dos seis anos, a criança pode começar a fazer pequenas compras sob supervisão dos pais, ganhar dinheiro ao realizar tarefas e traçar objetivos para o dinheiro economizado, por exemplo.
Já a idade certa para ter a primeira conta bancária é por volta dos nove anos, quando as habilidades de gestão já estão mais desenvolvidas.
De modo geral, a própria criança deve demonstrar interesse no assunto e sinalizar aos pais quando é necessário abordar um novo tema financeiro.
4 dicas para educar crianças sobre finanças
Os princípios já dão uma boa ideia de como abordar a educação financeira infantil em casa, mas temos mais algumas dicas para você:
- Fale sobre dinheiro
- Dê uma semanada ou mesada
- Separe o consumo do lazer
- Ensine a criança a registrar e poupar
Veja como direcionar o aprendizado corretamente.
1. Fale sobre dinheiro
A melhor forma de educar crianças para se tornarem adultos financeiramente responsáveis é falar naturalmente sobre dinheiro desde cedo.
Sempre que possível, os filhos, sobrinhos e netos devem conhecer o orçamento familiar, entender a situação econômica da família e participar das conversas sobre dinheiro.
2. Dê uma semanada ou mesada
É fundamental que a criança tenha seu próprio dinheiro para aprender a gerenciá-lo.
Para crianças menores, o ideal é dar uma quantia fixa semanal (R$ 5 ou R$ 10, por exemplo).
Conforme elas vão crescendo, pode ser instituída a famosa mesada, que exige um pouco mais de conhecimento para não gastar o dinheiro todo de uma vez.
3. Separe o consumo do lazer
Uma lição muito importante de educação financeira para crianças é saber separar o consumo do lazer.
A criança precisa entender que o prazer não está necessariamente relacionado aos gastos e que experiências podem ser mais valiosas do que bens materiais.
4. Ensine a criança a registrar e poupar
O controle e a organização financeira precisam começar bem cedo, quando a criança está começando a gerenciar seu cofrinho.
Por isso, é importante ensiná-la a juntar dinheiro para alcançar suas metas, seja comprar um brinquedo, fazer um passeio ou dar um presente para um familiar.
Além disso, ela deve entender a necessidade de anotar seus ganhos e gastos em um caderninho, como se fosse uma lição de casa.
5 livros de educação financeira infantil
Os livros de educação financeira infantil são ótimas ferramentas para orientar as crianças e ainda incentivar o hábito da leitura.
Conheça alguns títulos interessantes:
- “Almanaque Maluquinho – Pra que dinheiro?”, de Ziraldo
- “Como falar de dinheiro com seu filho”, de Cássia D’Aquino
- “Ganhei um Dinheirinho – O que posso fazer com ele?”, de Cássia D’Aquino
- “Versinhos de Prosperidade”, de Álvaro Modernell
- “Dinho e suas finanças”, de David F. Hastings
Confira os detalhes de cada um dos livros.
“Almanaque Maluquinho – Pra que dinheiro?”, de Ziraldo

Em “Almanaque Maluquinho – Pra que dinheiro?”, o cartunista Ziraldo usa seu personagem clássico Menino Maluquinho para ensinar as crianças a lidar com o dinheiro.
O livro traz sete histórias em quadrinhos com assuntos como origem da moeda e do comércio, economia, investimentos e poupança — tudo em uma linguagem simples e lúdica para incentivar os pequenos.
“Como falar de dinheiro com seu filho”, de Cássia D’Aquino

Como o título sugere, “Como falar de dinheiro com seu filho” é um guia para ajudar os pais na educação financeira infantil em casa.
No livro, a educadora financeira Cássia D’Aquino mostra como conduzir o assunto e apoiar a criança na construção de uma relação saudável com o dinheiro.
“Ganhei um Dinheirinho – O que posso fazer com ele?”, de Cássia D’Aquino

O livro “Ganhei um Dinheirinho – O que posso fazer com ele?” se destaca pelas orientações sobre gestão de finanças e controle de impulsos consumistas para crianças.
Também escrito por Cássia D’Aquino, agora em parceria com Orlando Pedroso, é uma ótima opção para ensinar sobre finanças de forma leve, mas com muito conteúdo.
“Versinhos de Prosperidade”, de Álvaro Modernell

Em “Versinhos de Prosperidade”, o autor Álvaro Modernell aborda a educação financeira na forma de poesia.
Os versos rimados falam sobre princípios básicos de gestão financeira combinados a assuntos como ecologia, responsabilidade social e respeito à diversidade.
“Dinho e suas finanças”, de David F. Hastings

O livro “Dinho e suas finanças” conta a história de Dinho, um menino que ganha um presente especial em seu aniversário de 12 anos e inicia uma jornada de educação financeira até se tornar um adulto responsável e organizado.
A obra faz parte do Programa de Educação Financeira nas Escolas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é voltada ao Ensino Fundamental.
Gostou das informações sobre o que é educação financeira infantil e como aplicá-la em casa? Aproveite e confira o artigo “Planejamento financeiro familiar: como colocar em prática?“
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