O que é financiamento? Entenda como funciona e se vale a pena

Quer saber o que é financiamento? Entenda como funciona essa alternativa para realizar sonhos como o da casa e o do carro próprios.
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Mão segurando círculo azul com símbolo de cifrão em frente a fundo amarelo

O financiamento é o caminho mais comum que os brasileiros tomam para realizar o sonho da casa e do carro próprios.

Afinal, em um país com muita desigualdade social, não é fácil juntar o valor total necessário para pagar por esses bens à vista, por mais que esta seja a opção mais sustentável — e recomendável — financeiramente.

Por isso, é importante saber como funciona essa linha de crédito com pagamento de longo prazo, quais são os tipos, onde procurar e quando vale a pena fazer.

Acompanhe nosso guia completo sobre financiamento para tirar todas as suas dúvidas e simular o crédito ideal para alcançar seus objetivos.

O que é financiamento?

Financiamento é um tipo de empréstimo que permite comprar bens de valor mais alto para pagar em médio e longo prazo, com cobrança de juros por parte de quem empresta.

Nessa operação financeira, existe a parte financiadora, que pode ser um banco ou uma fintech, por exemplo, e a parte financiada, que é a pessoa ou empresa que deseja adquirir um bem e precisa de crédito para isso.

A principal diferença entre o financiamento e o empréstimo é que o dinheiro emprestado só pode ser usado para comprar o bem que foi financiado em acordo prévio, como um imóvel ou um veículo.

Já no empréstimo pessoal, por exemplo, você pode usar o dinheiro como quiser e não precisa prestar contas sobre isso.

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Dessa forma, o financiamento é a principal maneira de adquirir bens mais caros quando você não tem dinheiro suficiente para pagar à vista ou para parcelar em poucas vezes.

No Brasil, os principais financiamentos existentes são o imobiliário e o automotivo. Afinal, é caro comprar uma casa e um carro, objetivos financeiros básicos das famílias brasileiras.

Para você ter uma ideia, o crédito imobiliário disponível no país bateu o recorde de R$ 2 trilhões em julho de 2023, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) publicados na CNN.

Já no caso dos veículos, foram financiados 443 mil automóveis somente em janeiro de 2023, o que representa um crescimento de 11% em relação ao mesmo período de 2022, conforme dados da B3 publicados no Garagem 360.

Existem ainda outros tipos de financiamentos, como aqueles voltados à construção e reforma de imóveis, compra de equipamentos para empresas e pagamento de cursos em instituições educacionais.

Entenda quando contratar um empréstimo vale a pena.

Como funciona o financiamento?

O financiamento funciona da seguinte forma:

  • Uma pessoa quer adquirir um bem de alto valor, mas não tem dinheiro suficiente, então procura uma instituição financeira para fazer uma simulação de financiamento;
  • A instituição financeira realiza uma análise de crédito e libera uma proposta para o cliente, detalhando o valor de entrada, o prazo de pagamento, a taxa de juros, o sistema de amortização, entre outros detalhes;
  • Com a proposta aceita e o contrato assinado, a instituição libera o crédito (valor total do bem) para a empresa responsável pela venda (ex.: concessionária de veículo ou imobiliária) e o cliente consegue adquirir seu bem;
  • A partir desse momento, o cliente se compromete a pagar as parcelas do financiamento, tendo o próprio bem financiado como garantia (ou seja, em caso de inadimplência, o bem pode ser tomado pela instituição financeira);
  • Quando o cliente termina de pagar a última parcela, o bem passa a pertencer oficialmente a ele e o contrato com o banco é encerrado.

No geral, as instituições financeiras trabalham com uma entrada mínima de 10% do valor para veículos e entre 10% e 20% para imóveis.

Em relação ao prazo de pagamento, em geral, carros podem ser pagos em até 60 meses (5 anos), enquanto imóveis têm prazo máximo de 420 meses (35 anos).

Quais os juros de um financiamento?

A taxa de juros cobrada em um financiamento varia conforme o bem financiado, a instituição financeira e o nível da Taxa Selic, a taxa de juros básica da economia brasileira.

Por exemplo, dados do Banco Central de junho de 2023 publicados no Globo mostram que a taxa de juros média para financiamentos de imóveis no Brasil é de 9,65% ao ano, enquanto algumas instituições cobram acima de 11% ao ano.

No mesmo período, a taxa de juros média para financiar veículos ficou em 26,1% ao ano, segundo dados do BC publicados no AutoData.

Esses números são considerados altos, já que a Taxa Selic do período alcançou seus 13,25% ao ano.

Quais os demais encargos de financiamento?

Além da taxa de juros cobrada, os financiamentos têm outros encargos, tais como:

  • Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);
  • Seguros de financiamentos;
  • Taxas de administração cobradas pelas instituições.

Além disso, no caso de imóveis, ainda é preciso considerar os custos com Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), escritura pública, registro no Cartório de Registro de Imóveis e vistoria realizada pela instituição financeira.

A soma dos juros, encargos e custos do financiamento é chamada de Custo Efetivo Total (CET), o valor que você deve levar em consideração ao comparar propostas de crédito.

Vale a pena fazer um financiamento?

Um financiamento é uma dívida de longo prazo que encarece consideravelmente o valor final do bem, chegando a triplicar o preço pago em um imóvel ou veículo, por exemplo.

Além disso, é preciso ter no mínimo 10% do valor do bem para dar de entrada nessa modalidade de crédito.

Por outro lado, o financiamento, muitas vezes, é a alternativa viável para quem quer adquirir uma casa ou um carro e não dispõe do valor total do bem à vista — situação em que se encontra grande parte dos brasileiros.

Logo, vale a pena encarar essa dívida de longo prazo se você precisa desses bens e não tem outra maneira de comprá-los.

Se não houver pressa, fique atento, pois pode compensar aguardar por momentos de queda nos juros, quando os financiamentos ficam mais baratos e atrativos.

Caso o financiamento seja inviável, ainda existem alternativas no mercado para usufruir de veículos e imóveis sem precisar adquiri-los.

É o caso do aluguel, dos serviços de assinatura e dos consórcios. Fazer um consórcio de veículo ou de imóvel, por exemplo, é indicado especialmente quando não há pressa ou quando existe um planejamento para tentar agilizar a contemplação a partir da oferta de lances.

Leia também: Comprar ou alugar carro: o que vale mais a pena para você?

Qual o melhor banco para fazer financiamento?

O melhor banco para fazer financiamento é aquele que oferece o menor CET, ou seja, o menor custo efetivo total para a compra do bem desejado.

No caso do financiamento imobiliário, um dos bancos mais populares é a Caixa Econômica Federal (CEF), uma vez que é possível financiar imóveis com subsídios de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida — famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil podem participar.

No site do Banco Central, você encontra um comparativo entre as taxas de juros para financiamentos de imóveis e veículos em todos os bancos do país.

Basta escolher a opção “Aquisição de veículos” ou “Financiamento imobiliário com taxas de mercado”.

Mas lembre-se de avaliar sempre o CET, pois, em alguns casos, a taxa de juros pode ser mais baixa, mas os encargos acabam encarecendo a proposta em comparação com outros bancos.

Como simular um financiamento?

Você pode simular financiamentos diretamente no site da instituição financeira na qual deseja obter o crédito.

Normalmente, é mais fácil conseguir a aprovação em um banco ou fintech no qual você tem conta há certo tempo, pois o bom relacionamento com a instituição conta muito.

Além disso, existem sites que permitem a comparação entre financiamentos de diferentes bancos.

No WebMotors, por exemplo, você pode usar o comparador gratuitamente.

Qual score é bom para financiamento?

O score de crédito é a pontuação do CPF que classifica os cidadãos conforme seus hábitos de pagamento e risco de inadimplência.

Atualmente, o Serasa classifica os CPFs nas seguintes faixas:

  • 0 a 300 pontos (vermelho — baixo): risco alto de inadimplência;
  • 301 a 500 pontos (laranja — regular): risco médio de inadimplência;
  • 501 a 700 (amarelo — bom): risco intermediário de inadimplência;
  • 701 a 1000 (verde — muito bom): risco baixo de inadimplência.

O site do Serasa sugere que um Score de 700 pontos é o ideal para aumentar as chances de ter seu financiamento de veículo aprovado — o mesmo vale para o financiamento de veículos.

Como fazer um financiamento?

Para fazer um financiamento, siga os passos abaixo:

  • Escolha o bem que deseja adquirir, como um imóvel ou veículo, e verifique se o financiamento é aceito como forma de pagamento;
  • Escolha uma instituição financeira e faça a simulação do financiamento, informando os detalhes do bem, valor da entrada, prazo de pagamento, etc.;
  • Envie a documentação requerida para análise de crédito (documentos pessoais, comprovante de renda, documentos do bem, etc.);
  • Aguarde a aprovação da proposta. Se for aprovada, é só assinar o contrato;
  • Com o contrato assinado, o dinheiro será liberado para a compra do bem (no caso, geralmente, para a empresa que está mediando o negócio);
  • Pague o que for preciso de imediato, como taxas, pendências do veículo ou registro do imóvel, para começar a utilizar o bem;
  • Comece a pagar as parcelas do seu financiamento no prazo acordado.

Como amortizar um financiamento?

Amortização é a redução do valor de uma dívida por meio de pagamentos fixos ou variáveis. No caso do financiamento, você pode ir amortizando o saldo devedor sempre que sobrar um dinheiro extra, de modo a reduzir o prazo de pagamento e os juros.

Existem dois principais sistemas de amortização no mercado:

  • Sistema SAC: é o Sistema de Amortização Constante, o mais comum em financiamentos. Nele, o valor da amortização mensal é fixo, mas os juros começam mais altos e vão diminuindo ao longo do tempo, reduzindo as prestações;
  • Sistema Price: é o método que garante parcelas fixas do início ao fim do financiamento. Logo, os juros são distribuídos de forma proporcional e a amortização é mais lenta.

Para amortizar seu financiamento, você pode antecipar parcelas para reduzir o tempo de pagamento ou usar o dinheiro para reduzir o valor das prestações — é só verificar as possibilidades com a instituição financeira.

O que é amortização? Tipos, exemplos e como usar o FGTS.

Como declarar um financiamento no Imposto de Renda?

Você deve declarar seu financiamento na ficha “Bens e Direitos” do programa de declaração da Receita Federal ou aplicativo Meu Imposto de Renda.

Os automóveis são declarados no grupo “02 — Bens Móveis” e depois “01 — Veículo automotor terrestre: caminhão, automóvel, moto etc”. 

É preciso informar a localização do veículo e o número do Renavam.

Já os imóveis são declarados no grupo “01 — Bens Imóveis”, sendo que o número 11 é para apartamentos e o número 12 para casas.

No campo “Discriminação”, você deve informar que o bem é financiado e, no campo de “Situação em 31/12”, que se refere ao ano anterior, deve ser informado o valor total pago até então, considerando a soma das parcelas.

Entendeu tudo sobre o financiamento? Aproveite e descubra também como negociar dívidas e quitá-las.

O propósito da Neon é diminuir desigualdades, mostrando caminhos financeiros mais simples e justos, porque todos merecem um futuro brilhante. A educação financeira é um dos principais pilares para fazer isso acontecer, por isso estamos aqui para te acompanhar em sua jornada com as finanças.

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