Muito se fala a respeito da educação financeira, mas você sabe exatamente o que isso significa e qual a importância do tema?
O conhecimento sobre finanças é fundamental para entender melhor o orçamento, fazer escolhas mais sensatas e controlar melhor o dinheiro.
Além, é claro, de garantir um futuro melhor e planejar para realizar seus objetivos, como fazer cursos, viagens, comprar a casa própria, ter um carro, dentre tantos outros.
O propósito da Neon é diminuir desigualdades, por isso, estamos aqui para detalhar o assunto da educação financeira.
Desde já, destacamos que não são apenas as pessoas ricas que precisam aprender como administrar o dinheiro: todos devem entender do assunto para ter uma vida financeira mais saudável.
Quer saber mais? Então vem com a gente!
O que é educação financeira?
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), educação financeira é o processo através do qual um indivíduo compreende os conceitos e riscos envolvidos nas dinâmicas de gerenciamento financeiro, desenvolvendo a conscientização nas suas escolhas para melhorar seu bem-estar.
Colocando em palavras mais simples: a educação financeira é o entendimento sobre como administrar seu próprio dinheiro para ter mais tranquilidade no futuro.
Isso vai além de apenas anotar suas despesas em um caderno ou em uma planilha e economizar: é descobrir caminhos para tornar o dinheiro um aliado, não um inimigo.
Desafios da educação financeira no Brasil
A realidade no Brasil ainda está muito distante do cenário ideal: o país ocupa o 74º lugar em um ranking que mede a educação financeira de 140 países, de acordo com a pesquisa S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey.
Além disso, 46% dos brasileiros sequer fazem um controle do orçamento, segundo levantamento do SPC Brasil.
Contudo, é preciso lembrar que o país já passou por inúmeros desafios financeiros no passado, como a hiperinflação e a mudança constante de moedas. Isso criou um cenário de insegurança financeira para a população, que tem efeitos até hoje.
E mais: é muito reducionista dizer que os brasileiros não aprendem sobre educação financeira ou ficam endividados porque querem.
Primeiro, existe um grande tabu em se falar sobre dinheiro, o que já é preocupante por si só, dificultando o acesso a informações e opiniões relevantes sobre como administrar melhor as finanças.
Aqui explicamos a importância de falar de dinheiro.
Segundo, o desemprego no país se agravou com a pandemia: no 2º trimestre de 2021, ficou em 14,1%, atingindo 14,4 milhões de brasileiros, como mostra um levantamento do IBGE.
Com esses fatos em mente, precisamos entender que desenvolver a educação financeira é um processo gradual e ainda existem muitos desafios a serem superados no Brasil.
Qual a importância da educação financeira?
A importância da educação financeira é a formação de indivíduos mais conscientes e responsáveis quando se trata de dinheiro. Assim, melhores decisões serão tomadas, sejam elas individuais ou familiares.
Tais decisões abrangem pontos como crédito, investimentos, consumo, organização, planejamento e acompanhamento das finanças pessoais.
O foco é contribuir para uma relação mais equilibrada e saudável com o dinheiro.
Uma pessoa educada financeiramente não só aprende a economizar e a usar seus recursos com inteligência, mas também entende a necessidade de ter uma qualidade de vida melhor e de estar preparado para imprevistos, garantindo a estabilidade do orçamento a curto e longo prazo.
E, claro, ao aprender sobre educação financeira, você tem mais chances de evitar o superendividamento, outro problema que assola os brasileiros.
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) referente a julho de 2021, 71% das famílias brasileiras estão endividadas.
De qualquer forma, como explicamos no tópico anterior, existem uma série de fatores que impedem o avanço da educação financeira no Brasil.
O importante é entender a relevância do tema e começar a colocar algumas ações em prática para reverter esse cenário, considerando a realidade de cada um.
Leia também: Inteligência financeira: o que é e como anda a sua?
Qual a importância da educação financeira para jovens?
Quanto mais cedo um indivíduo aprende a lidar com dinheiro, melhores serão as tomadas de decisão financeiras na maturidade.
O conhecimento de como administrar as próprias finanças traz benefícios que vão além do saldo bancário positivo.
Ao exercitar os conhecimentos adquiridos, os jovens vão gradualmente sedimentando lições de prudência, responsabilidade e conscientização que se aplicam a todas as áreas da vida.
Aqui trazemos 4 dicas de educação financeira infantil para os seus filhos.
Confira agora algumas das inúmeras habilidades comportamentais e interpessoais que podem ser desenvolvidas com a educação financeira:
Independência
Faz parte do processo de aprendizado financeiro estimular os jovens a tomarem suas próprias decisões.
Saber priorizar os gastos, economizar parte da mesada, guardar dinheiro para comprar um tênis novo… estas são todas atividades que podem ser propostas pela própria criança ou adolescente.
Em termos gerais, a autonomia de decisão irá acrescentar segurança nos posicionamentos frente à vida, permitindo que o jovem saiba caminhar com os próprios pés rumo a seus sonhos.
Disciplina e paciência
Vamos ser sinceros: saber economizar na teoria é fácil, difícil mesmo é colocar em prática. A arte de administrar dinheiro é conquistada aos poucos, com muito esforço e disciplina.
A persistência nos objetivos, sejam eles quais forem, é uma característica essencial para suportar os altos e baixos da vida. Não se trata de ser metódico e inflexível, mas sim saber adaptar seus deveres à realidade do momento.
Desta forma, os jovens aprendem a serem acidentes com suas finanças, evitando comportamentos imediatistas em relação a compras e investimentos.
Pensamento lógico
Educação financeira envolve conceitos fundamentais de contabilidade: receita bruta, lucro líquido, tipos de impostos, entre muitos outros. Os jovens são incentivados a efetuar cálculos e conversões matemáticas, estimulando o raciocínio.
Trabalhar o pensamento lógico auxilia, por sua vez, na tomada de decisões de maneira racional e menos impulsiva, habilidade extremamente importante para o amadurecimento do jovem.
Responsabilidade social e empatia
Entender as complexas dinâmicas econômicas do país é essencial para compreender o contexto social que nos encontramos.
Afinal, desenvolver uma consciência financeira vai além de evitar gastos exorbitantes: trata-se de compreender a realidade financeira do próximo também.
Portanto, ao lidar com dinheiro respeitando seus valores pessoais, os jovens aprendem a exercitar a empatia pelo próximo.
A educação financeira nas escolas
Agora que você já sabe a importância e os benefícios de saber cuidar do próprio dinheiro, vamos entender melhor uma das estratégias didáticas utilizadas: a inclusão de conceitos fundamentais de educação financeira na própria grade curricular escolar.
Esta é uma pauta muito importante para o contexto educacional infanto-juvenil no país, uma vez que o Ministério da Educação (MEC) lançou o Programa Educação Financeira nas Escolas em 2021.
No programa, realizado em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os professores terão acesso a cursos gratuitos de educação financeira para poderem levar o tema às salas de aula.
A educação financeira para crianças passará por conhecimentos básicos de finanças pessoais, alinhada a diretrizes globais e recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Esse é um passo muito essencial para desenvolver a educação financeira infantil. Ao proporcionar isso já na infância, há maiores chances de as crianças se tornarem adultos mais responsáveis, conscientes e bem-sucedidos financeiramente.
Isso porque os pequenos aprendem desde cedo como desenvolver uma relação mais saudável com o dinheiro, quebram o paradigma de que o assunto é um tabu e entendem a relevância de gerenciar as finanças com sabedoria assim que recebem a primeira mesada.
Vale a pena fazer um curso de educação financeira?
Existem diversas formas de adquirir educação financeira, sendo uma delas a participação em cursos voltados para o assunto.
Com a transformação digital dos negócios, é imensa a quantidade de conteúdo virtual referente à área financeira.
De palestras e workshops pontuais a cursos completos com certificação, o método utilizado é extremamente variado: para escolher o curso mais adequado a você, avalie se os tópicos que serão abordados estão condizentes com suas expectativas.
Nunca é tarde para buscar conhecimento. Além disso, existem excelentes cursos gratuitos de finanças pessoais, evitando impactos no seu orçamento.
Se você deseja manter-se sempre atualizado sobre finanças pessoais, recomendamos que acompanhe o nosso conteúdo 100% gratuito disponível no blog Neon.
6 dicas de educação financeira
Agora que já estabelecemos o que é e qual a importância da educação financeira pessoal, então que tal conferir algumas dicas para colocar o seu processo de aprendizagem em prática?
Lembre-se de que qualquer mudança vai acontecer progressivamente, então não se cobre tanto caso perceba que está sendo mais desafiador do que você imaginava, certo?
Com o tempo, lidar melhor com o dinheiro vai se tornar algo natural, pode confiar.
As dicas são:
- Entenda o seu orçamento;
- Esteja preparado para os imprevistos;
- Tenha metas e objetivos para o seu dinheiro;
- Reveja seus hábitos financeiros;
- Fale sobre dinheiro;
- Aprenda mais sobre educação financeira.
Explicaremos cada uma das dicas a seguir.
1. Entenda o seu orçamento
Educação financeira e finanças pessoais são dois conceitos diretamente relacionados.
Com a educação financeira, você aprenderá a controlar melhor suas finanças e, por consequência, terá mais consciência para lidar com o dinheiro.
Por isso, a primeira dica é justamente entender o seu orçamento pessoal. Como você vai ter uma relação mais saudável com o dinheiro se você não tiver clareza sobre quanto ganha e quanto gasta?
Então, faça um levantamento de todas as suas transações e analise cada movimentação.
Identifique padrões de consumo, veja se há oportunidade para economizar mais e se há como separar uma parte do dinheiro para ser investido.
O que pode te ajudar nessa etapa é usar uma planilha de gastos mensais.
Conheça a planilha de gastos Neon para controle financeiro pessoal e familiar.
2. Esteja preparado para os imprevistos
Um ponto indispensável da educação financeira é entender a relevância de estar preparado para os imprevistos financeiros, como uma manutenção inesperada na casa, um gasto hospitalar ou até mesmo uma perda de renda.
Ao ter uma reserva de emergência, você guarda um montante suficiente para cobrir essas despesas.
Desta forma, caso algo aconteça, você estará preparado para lidar com os gastos imprevisíveis e não correrá o risco de se endividar.
3. Tenha metas e objetivos para o seu dinheiro
Outro passo importante da educação financeira é ver o dinheiro como um aliado para você realizar os seus sonhos e conquistar aquilo que tanto deseja.
Porém, para manter o foco em guardar dinheiro, é fundamental traçar metas e objetivos específicos para ele.
Ao guardar apenas por guardar, o montante “perde” o seu significado e existe a possibilidade de você acabar gastando o dinheiro com outra coisa. Por isso, dê nome a ele e sempre relembre o motivo do seu esforço em poupar.
Além disso, as metas tornam os seus sonhos mais próximos da realidade, pois você determina um objetivo e estabelece um prazo para aquilo acontecer.
Por exemplo: “Guardar R$ 1 mil para fazer uma viagem no meu aniversário”.
4. Reveja seus hábitos financeiros
A mudança em relação a como você lida com o seu dinheiro de fato acontecerá quando você analisar criteriosamente os seus hábitos financeiros.
Existem atitudes nocivas para as finanças, como comprar compulsivamente pela internet, não controlar o orçamento e não poupar. Esse é um exercício de autoconhecimento e faz muita diferença no seu processo de educação financeira.
Ao identificar os comportamentos que prejudicam o seu bolso, você poderá focar neles primeiro e provocar uma mudança significativa para as suas finanças.
Conheça 6 hábitos ruins para as finanças e veja como evitá-los.
5. Fale sobre dinheiro
Já mencionamos isso anteriormente, mas vale reforçar: é primordial conseguir falar sobre dinheiro com pessoas de sua confiança. É claro que você não deve sair por aí contando para todo mundo qual é o seu salário.
Mas conversar com alguém sobre organização financeira, reserva de emergência e demais termos financeiros é um divisor de águas para aprender mais sobre finanças, o que tem tudo a ver com educação financeira.
O dinheiro não é o fim, mas o meio para você realizar os seus sonhos, então por que não falar abertamente sobre o assunto?
É claro que existe toda uma construção histórica e social que impede as pessoas de debaterem essa pauta, mas, ainda assim, o tema é essencial para identificar oportunidades de melhoria no orçamento.
Comece aos poucos, escolha alguém com quem você fique confortável e veja até onde você se sente à vontade para conversar sobre dinheiro.
6. Aprenda mais sobre educação financeira
Investir em conhecimento é indispensável para desenvolver sua educação financeira. Busque cursos, livros, vídeos, podcasts, enfim, tudo o que for possível para entender mais sobre o assunto.
Temos dois artigos para aprender sobre educação financeira que poderão te interessar:
- 8 cursos de educação financeira gratuitos para organizar o orçamento
- 12 livros de finanças para ler e ampliar o seu repertório.
O YouTube também está repleto de canais de educação financeira, como o Me Poupe!, EconoMirna e Nath Finanças, para citar apenas alguns exemplos.
Deixamos abaixo um vídeo do Me Poupe! para você conferir:
3 livros sobre educação financeira
Existem diversos livros didáticos que abordam assuntos de finanças pessoais de maneira leve e descontraída.
Esta é uma excelente opção para quem gosta de ler nos momentos de descanso, confira:
Pai Rico, Pai Pobre
Escrito por Robert T. Kyiosaki, “Pai Rico, Pai Pobre” é um dos clássicos da literatura voltada para educação financeira.
Trata-se de um livro que valoriza as experiências pessoais do cotidiano, que muitas vezes têm peso maior do que conhecimentos técnicos adquiridos academicamente.
A Psicologia Financeira
No livro “A Psicologia Financeira”, o autor Morgan Housel revoluciona o entendimento da educação financeira ao enfatizar o aspecto psicológico dos consumidores e investidores.
Ao estudar este livro, você irá compreender melhor como as nossas emoções e sentimentos afetam nossas decisões financeiras!
Leia também: 7 dicas para desenvolver inteligência emocional nas finanças
A Nova Regra do Jogo
Professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, Rafael Paschoarelli traz no livro “A Nova Regra do Jogo” importantes apontamentos a respeito do funcionamento das negociações no contexto das finanças pessoais.
O conteúdo dos ensinamentos nos levam a ter uma visão mais crítica — e menos ingênua — a respeito do mundo financeiro.
3 filmes sobre educação financeira
Outra forma de adquirirmos conhecimentos que auxiliarão na nossa vida financeira é por meio de filmes. Além disso, é um dos jeitos mais divertidos de aprender, não é mesmo?
Confira agora algumas das obras cinematográficas essenciais para compreender a necessidade de cuidado com as finanças pessoais:
O Lobo de Wall Street (2013)
Indispensável para qualquer lista de filmes sobre o tema, “O Lobo de Wall Street” traz importantes reflexões a respeito das consequências das práticas financeiras criminosas.
Assim, o espectador tem a oportunidade de avaliar a importância da transparência e retidão na administração de negócios.
Minimalismo — O documentário sobre as coisas que importam (2021)
Parte dos ensinamentos da educação financeira é a tomada de consciência da real necessidade dos gastos e despesas.
O filme “Minimalismo — o documentário sobre as coisas que importam” é um convite à reflexão sobre as vantagens de se levar um estilo de vida sem excessos, onde menos é mais.
Grande Demais Para Quebrar (2011)
Baseado na obra homônima do jornalista Andrew Ross Sorkin, o filme “Grande Demais Para Quebrar” revela o contexto econômico da crise financeira norte-americana em 2008.
E então, depois de ler tudo isso, deu para entender melhor a importância da educação financeira e como desenvolvê-la?
Lembre-se de que o tema não é apenas teoria, mas sim a base para você tomar melhores decisões no dia a dia sobre o seu dinheiro.