Como comprar um imóvel com renda baixa? Entenda os passos

Quer saber como comprar um imóvel com renda baixa? Veja as dicas, planeje bem, entenda os custos envolvidos e como comprovar renda.
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Mulher pensativa em frente a fundo verde-água

Um salário modesto não é desculpa para deixar de sonhar, basta procurar saber como comprar um imóvel com renda baixa.

Essa é uma possibilidade bastante real, embora exija disciplina elevada e muita economia. Afinal, qual grande conquista nessa vida vem sem grandes sacrifícios, não é mesmo?

Pense no imóvel como um investimento familiar. Além de você, cônjuge, filhos, netos e bisnetos poderão ter não apenas um teto, mas uma segurança e um patrimônio.

Assim, vale a pena arregaçar as mangas e trabalhar por esse sonho, que você pode começar a realizar lendo este conteúdo!

Tem como comprar um imóvel com renda baixa?

Sim, e existem linhas de crédito específicas para esse perfil de compra, como vamos ver mais à frente.

A aquisição de um imóvel não é privilégio de pessoas que ganham bem. Veja, por exemplo, o caso de uma diarista em Porto Alegre que, mesmo ganhando R$ 3 mil por mês, conseguiu um financiamento imobiliário para pagar em 16 anos.

Com disciplina, planejamento e alguma criatividade, é possível comprar um imóvel, e o que é melhor: sem passar aperto financeiro.

Qual a renda mínima para financiar um imóvel?

Se não fosse possível comprar um imóvel com rendimentos limitados, as instituições financeiras simplesmente estipulariam uma renda mínima para isso, o que não é o caso.

O que importa mesmo não é o quanto se ganha, mas o quanto se pode pagar por mês e o valor do imóvel a ser adquirido.

Você pode não ter dinheiro para comprar um apartamento no melhor bairro da cidade, mas pode ter para comprar em regiões menos badaladas.

Tudo vai depender de como você se organiza para isso e da intensidade da disciplina que você aplica para controlar os seus gastos em nome de um bem maior.

Como comprar um imóvel com renda baixa?

O que fazem as pessoas como a diarista Docelina de Barros, que mesmo com rendimentos baixos, conseguem realizar o sonho da casa própria?

Em certos casos, a criatividade ajuda, mas o que conta mesmo é o quanto a pessoa se planeja.

Um exemplo desse tipo de atitude, embora não seja relacionado à compra de um imóvel, é o que fez o pai das tenistas Venus e Serena Williams, cuja história é contada no filme “King Richard: Criando Campeãs”, estrelado por Will Smith.

A despeito das críticas sobre o seu comportamento explosivo, a história de Richard Williams e sua família é um belo exemplo de que, com planejamento, até as condições sociais mais desfavoráveis podem ser superadas.

Inspirando-se em histórias reais como essa, vamos ver então como dar o “saque” inicial para vencer o grande prêmio da casa própria.

1. Monte um planejamento financeiro

“Quem falha em planejar, planeja falhar”, dizia Richard Williams sempre que levava as filhas Venus e Serena para treinar. Esse princípio se aplica a tudo na vida, inclusive a compra de um bem. 

No caso de um imóvel, planejar-se financeiramente significa conhecer a fundo tudo que se gasta e se ganha em um mês.

Para isso, você pode começar registrando dois tipos de despesa: as fixas, que não variam com o tempo, e as variáveis.

Nas fixas podem estar gastos com aluguel, energia elétrica, água e internet, enquanto nas variáveis entram os gastos considerados supérfluos e que não são constantes.

2. Tenha disciplina ao seguir o planejado

O planejamento financeiro deve ser seguido, se não, não tem utilidade. É por essa razão que registrar no computador — ou no celular — é tão importante, já que é por esse registro que você vai acompanhar se o seu orçamento está sendo respeitado.

Portanto, se você reservar R$ 900 por mês para o supermercado, é esse o valor que poderá ser gasto e nenhum centavo a mais, doa a quem doer.

Lembre-se de que a compra de um imóvel é um projeto de longo prazo e que pode durar toda uma vida, já que alguns financiamentos são por 30 anos ou mais.

3. Pesquise bastante

Pesquisar preços é um hábito que vem desde os nossos avós e que pode ser repetido em tudo que compramos.

Com a internet, é muito mais fácil ir em busca dos preços mais atraentes, garantindo assim uma boa economia mensal.

Claro que isso vale principalmente para a compra do imóvel, cujo valor deve permitir o parcelamento em prestações compatíveis com o que você ganha.

Lembrando que, ao financiar, os bancos limitam o valor da parcela a 30% da renda mensal.

Leia também: Financiamento imobiliário: como fazer passo a passo

4. Faça simulações

A compra de um imóvel é cercada de diversos fatores que influenciam no seu preço final. Além do valor em si, devem ser consideradas:

  • As diferentes taxas de juros, que variam bastante de um banco para outro;
  • O valor do seguro, que muda conforme a localização do imóvel e outros critérios;
  • O IPTU também varia conforme o valor do imóvel e onde ele se localiza;
  • Tarifas de condomínio e outras despesas relacionadas à manutenção.

Por isso, além da parcela do financiamento, é importante que você calcule com bastante antecedência todos esses gastos, fazendo simulações.

5. Pesquise por linhas de crédito populares

A possibilidade de ter um imóvel mesmo com uma renda baixa é ainda mais real quando se recorre aos programas de financiamento imobiliário.

Um deles é o Pró-Moradia, que integra o programa Casa Verde e Amarela, do Governo Federal.

O objetivo é facilitar o acesso à moradia, em um programa de financiamento para a população com rendimento familiar mensal de até 3 salários mínimos.

6. Conheça as modalidades de financiamento

As instituições financeiras trabalham sempre com duas modalidades de financiamento.

Uma é o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que usa os recursos do FGTS e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos). 

Nessa opção, é possível financiar imóveis residenciais de até R$ 950 mil nos estados de SP, RJ, MG e DF ou com valor de até R$ 800 mil nos outros estados, com juros de até 12% ao ano.

A outra opção é o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que permite financiar imóveis acima de R$ 950 mil ou que não se enquadrem nos requisitos do SFH.

7. Prepare a documentação

Além dos recursos financeiros, você vai precisar juntar os documentos necessários para ter o seu financiamento aprovado.

Os principais, sempre com original e cópia, são:

  • Documento de identificação;
  • Comprovante de rendimentos;
  • Comprovante de residência;
  • Última declaração do Imposto de Renda, com o respectivo recibo de entrega à Receita Federal.

8. Escolha o imóvel

Depois de todo o planejamento, é hora de finalmente ir ao “mercado” para escolher o lugar onde você e sua família vão morar.

Como vimos, é fundamental que ele tenha um preço compatível com a sua renda mensal, o que não impede de buscar um imóvel que seja o mais bem localizado possível.

9. Solicite análise

Lembre-se de que, além da documentação, você também precisa cumprir certos requisitos para ter um pedido de financiamento aprovado.

Ser maior de idade e não estar inscrito nos órgãos de proteção ao crédito são os principais.

A partir disso, você poderá finalmente ir ao banco escolhido para financiar o seu imóvel e solicitar uma análise de crédito.

10. Não se esqueça das intermediárias e outras taxas

Ter o pedido de financiamento aprovado não significa que você só terá que se preocupar com o pagamento das prestações.

Afinal, ter um imóvel implica assumir custos recorrentes como condomínio e impostos, sem contar as intermediárias, cobradas em boa parte dos financiamentos.

Coloque todos esses custos nos seus registros, assim você não será pego de surpresa quando eles aparecerem.

Como comprovar renda para financiamento de imóvel?

As linhas de financiamento imobiliário de baixa renda contemplam normalmente trabalhadores assalariados com carteira assinada.

A maneira de comprovar o salário é por meio dos contracheques — normalmente, são exigidos os três mais recentes.

Empresários, por sua vez, devem comprovar o quanto ganham com o extrato do pró-labore, enquanto trabalhadores autônomos deverão utilizar seus próprios extratos bancários, caso sejam aceitos.

Taxa de juros e CET: entenda tudo sobre o financiamento de imóvel

Toda venda parcelada envolve a cobrança de juros e, no caso dos imóveis, deve-se considerar ainda o Custo Efetivo Total (CET), que representa todas as despesas envolvidas em um financiamento.

No caso das linhas de financiamento populares, esse custo acaba sendo reduzido em função das taxas de juros mais baixas que a média do mercado.

Uma forma de reduzi-lo ainda mais é solicitar a redução dos juros do financiamento imobiliário, conforme já explicamos aqui no blog.

Gostou de aprender como comprar um imóvel com renda baixa? Então você também vai se interessar por saber quais as diferenças entre comprar ou construir um imóvel.

O importante é seguir um planejamento financeiro pessoal e ir atrás dos seus sonhos e objetivos.

O propósito da Neon é diminuir desigualdades, mostrando caminhos financeiros mais simples e justos, porque todos merecem um futuro brilhante. A educação financeira é um dos principais pilares para fazer isso acontecer, por isso estamos aqui para te acompanhar em sua jornada com as finanças.

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