Para que serve o INSS, quais os benefícios e como contribuir?

O INSS serve para pagar aposentadorias, pensões, auxílios e outros benefícios em amparo ao trabalhador brasileiro. Veja como contribuir.
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Pessoa segurando celular sobre fundo amarelo com carteira de trabalho atrás

Você sabe o que é e para que serve o INSS?

Esse instituto é responsável por pagar aposentadorias, pensões, auxílios e outros benefícios essenciais para amparar o trabalhador brasileiro.

Basicamente, todo cidadão pode contribuir com a Previdência Social para receber esse suporte e ter uma renda quando não for capaz de trabalhar.

Para isso, basta trabalhar com carteira assinada ou se inscrever como contribuinte individual mesmo sem exercer atividade remunerada.

Neste texto, você vai entender o que é INSS, para que ele serve, quais são os benefícios oferecidos e como garantir sua aposentadoria.

Continue lendo e entenda por que é importante ter o seguro público.

O que é INSS e para que serve?

INSS é o Instituto Nacional do Seguro Social, uma autarquia do governo federal vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência.

Esse órgão é responsável pelo Regime Geral da Previdência Social, que paga benefícios essenciais à população, como aposentadorias, auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade, entre outros.

O Instituto foi criado em 1990, a partir da fusão entre o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) e o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Desde então, esse instituto é responsável por gerenciar os recursos da Previdência Social e seus mais de 40 milhões de beneficiários.

Seu papel é recolher e administrar as contribuições de cidadãos em atividade e, do outro lado, pagar os benefícios previdenciários que garantem a sobrevivência de pessoas que não podem mais trabalhar.

Hoje, todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado ao INSS, enquanto os autônomos, empregados domésticos e pessoas de baixa renda podem se inscrever como contribuintes individuais para ter direito aos seguros oferecidos.

Qual a importância do INSS?

Saber para que serve o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é fundamental, pois estamos falando do sistema público de previdência dos brasileiros.

Ele garante a aposentadoria a todos os cidadãos contribuintes, além do auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e outros benefícios essenciais para amparar os trabalhadores ao longo da vida.

Logo, podemos dizer que a Previdência Social é um seguro público que substitui a renda do trabalhador em situações de incapacidade temporária ou permanente, como doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice — os chamados “riscos sociais”.

No caso, o INSS é responsável por executar as políticas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) elaboradas pela Secretaria de Previdência e Ministério da Economia.

Além da previdência, o tripé da seguridade social do país também inclui o direito à saúde e à assistência social.

Como funciona o INSS?

Para ter direito aos benefícios assegurados pelo INSS, você precisa contribuir mensalmente com uma parte da sua renda.

Se você trabalha no regime de CLT, a contribuição para a previdência já é descontada do seu salário (a porcentagem do INSS que aparece no seu holerite) e você está automaticamente coberto.

Já os autônomos, empreendedores, freelancers e pessoas que trabalham por conta própria em geral (ou mesmo quem não têm nenhuma renda) precisam se inscrever para contribuir individualmente e pagar uma guia avulsa todo mês.

O valor de contribuição mensal varia entre 7,5% e 14% do salário bruto, conforme a faixa de renda, podendo chegar a 20% para contribuintes individuais.

Todos esses recursos são gerenciados pelo INSS em um modelo de repartição, em que o dinheiro recolhido dos mais jovens é usado para financiar a aposentadoria e os outros benefícios dos mais velhos — o chamado “pacto intergeracional”.

Dessa forma, a população economicamente ativa custeia o amparo à população incapaz de trabalhar.

Direitos e deveres do contribuinte

Os contribuintes do INSS têm uma série de direitos e obrigações que são fundamentais para a manutenção de um relacionamento saudável e produtivo com a Previdência Social. 

Vamos começar pelos direitos:

  • Acesso aos benefícios: os contribuintes têm direito aos diversos benefícios oferecidos pelo INSS, desde que atendam aos critérios específicos de cada um
  • Revisão de benefício: caso o contribuinte acredite que o valor do seu benefício foi calculado de forma incorreta ou que houve alguma injustiça na concessão, ele tem o direito de solicitar uma revisão do benefício
  • Recurso contra decisões: em caso de negativa de benefício ou insatisfação com a decisão do INSS, o contribuinte pode apresentar um recurso administrativo, buscando a reavaliação da decisão
  • Assistência e informação: os contribuintes têm direito a receber orientação clara e precisa sobre como proceder em diferentes situações relacionadas aos benefícios previdenciários, incluindo informações sobre como solicitar benefícios, realizar contribuições e atualizar dados cadastrais.

Agora, vamos à lista de obrigações dos contribuintes:

  • Regularidade das contribuições: para garantir o acesso aos benefícios previdenciários, os contribuintes devem manter suas contribuições em dia. A regularidade das contribuições é fundamental para a aquisição e manutenção da qualidade de segurado
  • Atualização de dados cadastrais: é obrigação do contribuinte manter seus dados cadastrais atualizados junto ao INSS. Mudanças de endereço, estado civil, número de dependentes, entre outros, devem ser comunicadas para evitar problemas na concessão de benefícios
  • Comprovação de condições para benefícios: quando solicitam benefícios que exigem condições específicas, como incapacidade para o trabalho ou idade mínima para aposentadoria, os contribuintes devem fornecer as provas necessárias para comprovar essas condições
  • Cumprimento de exigências documentais: para a concessão de benefícios, é comum que o INSS solicite uma série de documentos. Cumprir com essas exigências documentais de forma correta e dentro dos prazos estabelecidos é uma obrigação do contribuinte.

Quais os benefícios do INSS?

O INSS oferece diversos benefícios a seus contribuintes e segurados.

Confira os principais.

Aposentadoria por idade

A aposentadoria por idade é um dos principais benefícios do INSS, que consiste em uma renda paga aos trabalhadores idosos.

Atualmente, é preciso cumprir dois requisitos para conseguir esse benefício:

  • Atingir a idade mínima de 65 anos para os homens e de 62 anos para as mulheres
  • Comprovar pelo menos 15 anos de contribuições ao INSS para mulheres e 20 para homens.

Dessa maneira, a aposentadoria por idade substitui a renda das pessoas que não são mais capazes de trabalhar.

Leia também: Como fazer um planejamento de aposentadoria? Veja 6 dicas!

Aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez é um benefício pago ao trabalhador incapaz de exercer suas atividades de forma permanente ou ser reabilitado em outra área.

Para conseguir o benefício, não é necessário que o trabalhador tenha sofrido um acidente de trabalho ou doença ocupacional; basta comprovar a condição de incapacidade permanente em uma perícia médica do INSS, seja qual for o motivo e a ocorrência que levou ao quadro.

Lembrando que, para se aposentar por invalidez, o trabalhador não pode ter a chance de atuar em outra área, como no caso de um operário que perde um membro, mas pode ser realocado na área administrativa da empresa.

Além disso, algumas doenças dão direito à aposentadoria por invalidez sem a exigência de carência, como tuberculose, esclerose múltipla, doença de Parkinson, paralisia irreversível e cegueira ou visão monocular.

Em relação ao valor pago, a Reforma da Previdência de 2019 determinou a regra de 60% da média de todos os salários recebidos + 2% ao ano que exceda o tempo mínimo de contribuição, da mesma forma que a aposentadoria por idade.

Como agendar perícia no INSS?

Você pode agendar sua perícia no INSS pela internet seguindo os passos abaixo:

  1. Acesse o portal Meu INSS ou baixe o aplicativo na Play Store ou Apple Store
  2. Faça login com a sua conta gov.br usando CPF e senha
  3. Selecione “Pedir Benefício por Incapacidade”
  4. Escolha o tipo de perícia
  5. Preencha os dados solicitados
  6. Agende sua perícia na agência do INSS mais próxima
  7. Compareça na data e horário marcados levando seus documentos, laudos e exames originais.

Aposentadoria por tempo de contribuição

A aposentadoria por tempo de contribuição foi extinta pela Reforma da Previdência de 2019, mas algumas pessoas ainda podem conseguir esse benefício pelas regras de transição.

Pela norma antiga, os homens precisavam de 35 anos de contribuição e as mulheres de 30 anos para entrar nessa modalidade.

Aposentadoria especial

A aposentadoria especial por insalubridade é um benefício pago aos trabalhadores expostos a agentes nocivos por 15, 20 ou 25 anos.

Os riscos podem ser físicos (ex.: calor, umidade, radiação), químicos (ex.: metais pesados e substâncias tóxicas), ou biológicos (ex.: germes infecciosos e parasitas).

Para ter direito a essa aposentadoria, o trabalhador deve ter um tempo de contribuição de 15, 20 ou 25 anos em condições de insalubridade.

Auxílio-doença

O auxílio-doença é um benefício do INSS pago temporariamente aos trabalhadores que sofrem acidentes ou desenvolvem doenças incapacitantes.

Ele é pago a partir do quinto dia de afastamento (consecutivo ou não) do trabalho.

O auxílio-doença é concedido pelo tempo necessário para a recuperação do trabalhador, com duração máxima de 120 dias.

Auxílio-acidente

O auxílio-acidente é um benefício indenizatório pago pelo INSS aos trabalhadores que sofrem acidentes e ficam com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalhar.

Ao contrário do auxílio-doença, esse benefício pode ser recebido enquanto o trabalhador mantém suas atividades na empresa.

Auxílio-reclusão

O auxílio-reclusão é um benefício pago aos dependentes de um trabalhador privado de sua liberdade, ou seja, preso.

Para a família receber o auxílio, é preciso que o segurado preso tenha 24 meses de atividade urbana reconhecida pelo INSS e não receba salário ou benefício durante a prisão.

Pensão por morte

Pensão por morte é um benefício permanente concedido aos dependentes de um segurado falecido.

Os familiares recebem o benefício de acordo com o parentesco, seguindo a ordem abaixo.

  • Classe 1: cônjuge, companheiro e filhos
  • Classe 2: pais
  • Classe 3: irmãos.

Salário-maternidade

O salário-maternidade é pago à mulher ou ao homem que precisa se ausentar do trabalho na ocasião do nascimento ou adoção de um filho.

De modo geral, esse benefício é concedido durante 120 dias.

Salário-família

O salário-família é pago aos trabalhadores, empregados domésticos e autônomos de baixa renda.

Para receber o auxílio, é preciso:

  • Ter filhos com menos de 14 anos ou filhos inválidos de qualquer idade;
  • Ganhar salário de até R$ 1.819,26.

Em 2024, o valor do salário-família é de R$ 62,04 por filho.

Tipos de contribuintes do INSS

A contribuição ao INSS garante o acesso aos benefícios previstos em lei. 

Seus contribuintes são classificados em diferentes categorias, cada uma com suas particularidades e formas de contribuição.

Veja quais são:

Trabalhadores com carteira assinada

São automaticamente inscritos pelo empregador, que é responsável por recolher a contribuição ao INSS. 

A alíquota varia conforme a faixa salarial, sendo descontada diretamente do salário do trabalhador.

Contribuintes individuais

Incluem trabalhadores autônomos, empresários, e quem presta serviço de forma eventual a empresas sem vínculo empregatício

A contribuição é calculada com base em um percentual do rendimento, que pode ser de 20% sobre o faturamento mensal, permitindo a escolha de um salário de contribuição dentro dos limites mínimo e máximo estabelecidos pelo INSS.

Contribuinte facultativo

Destina-se a quem não possui renda própria, mas deseja contribuir para a Previdência Social, como donas de casa, estudantes, desempregados, entre outros. 

Assim como os contribuintes individuais, podem escolher o valor de contribuição dentro dos parâmetros estabelecidos pelo INSS.

Segurado especial

Categoria que inclui pequenos agricultores, pescadores artesanais e outros trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem empregados permanentes. 

Estes contribuem de forma diferenciada, geralmente sobre a comercialização da produção.

Como contribuir para o INSS?

Como vimos, se você trabalha com carteira assinada, já está contribuindo para o INSS todo mês e tem seus benefícios garantidos.

Se quiser, você pode acompanhar o saldo e as movimentações da sua previdência pelo portal “Meu INSS” (disponível também em aplicativo).

Se você é microempreendedor individual (MEI), a contribuição mínima para o INSS já está incluída no DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), mas dá direito apenas à aposentadoria com salário mínimo — se quiser garantir um valor maior, você deverá complementar com contribuições avulsas.

No caso dos funcionários públicos, há um regime diferenciado chamado Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

Passo a passo para contribuir

Para começar a contribuir com o INSS, especialmente se não estiver automaticamente inscrito via regime CLT, siga os passos a seguir:

  1. Inscrição no INSS: acesse o portal do “Meu INSS” ou dirija-se a uma agência do INSS para realizar a inscrição. Para contribuintes individuais e facultativos, é necessário ter em mãos documentos pessoais (CPF, identidade) e preencher o cadastro PIS/NIT
  2. Escolha da categoria de contribuição: defina sua categoria de contribuinte conforme a sua situação laboral ou desejo de contribuição (individual, facultativo, segurado especial)
  3. Definição do valor de contribuição: para contribuintes individuais e facultativos, escolha o valor da contribuição baseando-se nos limites mínimos e máximos estabelecidos pelo INSS. Isso influenciará diretamente nos benefícios a serem recebidos
  4. Pagamento das contribuições: após a inscrição, gere a Guia da Previdência Social (GPS) pelo portal do “Meu INSS” ou adquira em papelarias. O pagamento pode ser realizado em bancos, casas lotéricas ou pela internet.

Para o segurado especial, a contribuição ocorre principalmente através da comercialização da produção, devendo-se observar as normas específicas para esse grupo.

Leia também: Tabela INSS 2024: novas alíquotas e faixas de contribuição.

Como pagar INSS como autônomo?

Se você é autônomo, empreendedor, trabalha por conta própria sem CNPJ ou está sem fonte de renda no momento, o caminho é se tornar contribuinte individual para garantir o seguro da previdência.

Para isso, basta se inscrever pelo site do INSS, escolher um dos regimes de recolhimento disponíveis (alíquota de 5%, 11% ou 20%) e pagar todo mês a Guia da Previdência Social (GPS).

É possível ser um contribuinte individual com as alíquotas de 20% e 11% ou se tornar um contribuinte facultativo, com a opção extra de pagar apenas 5% para o regime de baixa renda.

Como solicitar um benefício do INSS?

O processo de solicitação de benefícios junto ao INSS exige atenção aos detalhes, desde a preparação da documentação até o acompanhamento da solicitação. 

Esse processo varia um pouco dependendo do tipo de benefício requerido (como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, entre outros), mas alguns passos são comuns a quase todos eles.

Vamos detalhar agora as principais etapas:

Coleta de documentação necessária

  • Identificação do benefício: primeiramente, identifique qual o benefício a ser solicitado e conheça os requisitos específicos para a sua concessão
  • Documentação básica: geralmente, é necessário apresentar documentos pessoais (como CPF e identidade), além de documentos que comprovem o direito ao benefício, como carteiras de trabalho, comprovantes de contribuição, certidões de nascimento ou casamento, laudos médicos, entre outros
  • Organização dos documentos: mantenha todos os documentos organizados e verifique se estão atualizados e legíveis. A falta ou a má qualidade de algum documento pode atrasar ou até mesmo impedir a concessão do benefício.

Solicitação do benefício

  • Agendamento: a solicitação de benefícios pode ser iniciada pelo portal “Meu INSS” ou pelo telefone 135. Para alguns benefícios, pode ser necessário agendar uma visita a uma agência do INSS
  • Preenchimento de formulários: durante a solicitação online ou presencial, preencha os formulários necessários com atenção, fornecendo todas as informações solicitadas
  • Submissão de documentos: envie ou apresente os documentos necessários conforme orientado. Isso pode ser feito digitalmente ou fisicamente, dependendo do caso.

Perícia médica

Para benefícios que dependem de avaliação da condição de saúde, como o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez, a perícia médica é obrigatória.

  • Agendamento da perícia: após a solicitação do benefício, será necessário agendar uma perícia médica. Isso pode ser feito pelo “Meu INSS” ou telefone 135
  • Preparação para a consulta: leve todos os documentos médicos que comprovem a sua condição, como laudos, receitas, exames e relatórios médicos. Esteja preparado para explicar ao perito como sua condição afeta sua capacidade de trabalho
  • Durante a perícia: o médico perito do INSS avaliará sua condição de saúde. Seja honesto e claro sobre suas limitações e como elas impactam sua vida diária e capacidade de trabalho.

Acompanhamento da solicitação

Após submeter a solicitação e passar pela perícia médica (se necessário), é importante acompanhar o andamento do processo:

  • Portal “Meu INSS”: a forma mais prática de acompanhar sua solicitação é pelo portal “Meu INSS”, onde é possível ver atualizações sobre o processo, eventuais pendências e o resultado final
  • Contato via telefone: para dúvidas ou informações adicionais, o telefone 135 está disponível. Tenha em mãos seus documentos pessoais para facilitar o atendimento.

Em caso de dúvidas ou dificuldades, não deixe de procurar assistência, seja online, por telefone ou presencialmente em uma agência do INSS.

5 principais regras para se aposentar pelo INSS

Agora que você sabe para que serve o INSS, também precisa conhecer as regras de aposentadoria alteradas pela Reforma da Previdência.

Veja quais são as normas vigentes para o setor privado.

1. Como se aposentar por idade?

Para receber a aposentadoria por idade, você precisa ter no mínimo 65 anos se for homem e 62 anos se for mulher.

As exceções são categorias profissionais específicas, como os policiais, que se aposentam por idade aos 55 anos.

O valor do benefício é calculado com base na média de todos os salários recebidos pelo contribuinte ao longo da vida.

Para quem contribuiu pelo tempo mínimo, o valor será de 60% da média de todos os pagamentos recebidos.

Para cada ano de contribuição acima do tempo mínimo, são somados 2% ao cálculo, até atingir 100% do salário de benefício.

2. Como se aposentar por tempo de contribuição?

A nova regra de aposentadoria por tempo de contribuição fixa o prazo mínimo de 15 anos para homens e mulheres (para homens que entraram no mercado de trabalho após a reforma, o prazo subiu para 20 anos).

Na prática, porém, não é mais possível se aposentar por tempo de contribuição, já que a reforma proibiu a concessão do benefício antes da idade mínima.

Antes da reforma, homens podiam solicitar essa aposentadoria ao completar 35 anos de contribuição, e as mulheres, 30 anos.

Hoje, só é possível se aposentar por essa modalidade tendo direito adquirido ou entrando em uma das regras a seguir:

  • Regra dos pontos progressivos: homens devem marcar 105 pontos e mulheres 100 pontos, considerando a soma da idade e tempo de contribuição
  • Regra proporcional: podem se aposentar por tempo de contribuição homens com no mínimo 53 anos e 30 anos de contribuição + tempo adicional, e mulheres com no mínimo 48 anos e 25 anos de contribuição + tempo adicional.

3. Como calcular o valor do benefício?

Para quem cumprir o prazo mínimo de contribuição (15 anos), o valor da aposentadoria será equivalente a 60% da média de todos os salários recebidos desde 1994.

Antes, eram descartadas as 20% menores contribuições, mas essa regra caiu com a reforma. Além disso, quando você atinge o período mínimo de contribuição (15 anos em geral), ganha 2 pontos percentuais a cada ano extra trabalhado.

Por exemplo, com 20 anos de contribuição, o percentual do cálculo sobe para 70% da média dos salários.

4. Como saber o valor de contribuição mensal?

Hoje, há quatro faixas de contribuição para assalariados, de acordo com o valor do salário (dados de 2024):

FaixaSalário de contribuiçãoAlíquota progressiva
1Até R$ 1.412,007,5%
2De R$ 1.412,01 até R$ 2.666,689%
3De R$ 2.666,69 até R$ 4.000,0312%
4De R$ 4.000,04 até R$ 7.786,02  14%

Lembrando que o novo cálculo do INSS é feito com base em alíquotas progressivas, ou seja, o valor é cobrado proporcionalmente sobre cada parcela do salário.

Por exemplo, um trabalhador que ganha R$ 1,7 mil pagará 7,5% sobre R$ 1.412 (R$ 105,90), mais 9% sobre os R$ 288 que excedem esse valor (R$ 25,92), totalizando uma contribuição de R$ 131,82.

Para os contribuintes individuais, a alíquota para ter direito a todos os benefícios é 20% dos rendimentos (até o limite de 20% do teto do INSS), mas também é possível contribuir com 5% e 11% (com menos direitos).

5. Qual o teto do INSS?

O teto do INSS, ou seja, o valor mais alto que pode ser pago na aposentadoria, é de R$ 7.786,02 em 2024.

Para conseguir receber um valor próximo a esse montante, é preciso contribuir com a alíquota máxima e atingir o tempo de contribuição de 35 anos para mulheres e 40 anos para homens.

O que é a prova de vida do INSS e para que serve?

A prova de vida é uma exigência do INSS para manter os benefícios de aposentados e pensionistas.

Anualmente, os beneficiários de aposentadorias e pensões precisam comprovar que estão vivos para continuar recebendo seus pagamentos.

Até 2020, esse procedimento era feito de forma presencial nas agências da Previdência Social ou bancos conveniados ao INSS.

Hoje, é possível fazer a prova de vida de forma digital, escolhendo um dos meios abaixo:

  • Acessar o aplicativo Meu INSS com o selo ouro (ou outros aplicativos e sistemas públicos com autenticação do cidadão)
  • Fazer um empréstimo consignado com reconhecimento biométrico
  • Realizar um atendimento com reconhecimento biométrico em qualquer agência ou entidade credenciada ao INSS
  • Fazer uma perícia médica por telemedicina ou presencialmente no sistema público de saúde ou rede conveniada
  • Vacinar-se no SUS
  • Fazer um cadastro ou atualizar dados em órgãos de trânsito ou segurança pública
  • Atualizar o Cadastro Único
  • Votar nas eleições
  • Emitir ou renovar documentos como passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, carteira de trabalho, alistamento militar ou outros documentos oficiais
  • Receber o benefício com reconhecimento biométrico
  • Declarar o Imposto de Renda como titular ou dependente.

Como consultar o extrato do INSS?

Hoje, o extrato do INSS deve ser consultado preferencialmente pela internet. Basta acessar o sistema Meu INSS pelo site ou pelo aplicativo disponível para Android e iOS.

Para fazer login, você precisa ter uma conta gov.br, um login único que permite acessar todos os serviços do governo com seu CPF.

Leia também: App gov.br: o que é, como baixar e quais serviços oferece

Dentro do sistema Meu INSS, escolha a opção “Extrato de Contribuição (CNIS)” para ver todas as suas contribuições já realizadas.

Em caso de dúvidas, você pode ligar para a Central de Atendimento do INSS no telefone 135.

Como saber se eu vou receber o dinheiro atrasado do INSS?

O dinheiro atrasado do INSS é um direito que começa a ser contabilizado quando você faz a requisição do benefício ou cumpre os requisitos de concessão.

Porém, existem regras diferentes para receber esse dinheiro de acordo com a via que você utilizou para conseguir o benefício. Confira:

  • Benefício por via administrativa: se você solicitou um benefício ao INSS pelo site ou app, terá direito a receber os atrasados assim que ele for concedido. No caso, os valores vêm discriminados na sua carta de concessão
  • Benefício por via judicial: se você conseguiu um benefício do INSS por via judicial, terá que receber os atrasados por meio de uma Requisição de Pequeno Valor (RPV) ou precatório.

Lembrando que, no caso da via judicial, um contador especializado deverá calcular os atrasados e apresentar o valor devido ao INSS.

Quanto tempo demora para receber o INSS atrasado?

Se você solicitou pela via administrativa, vai receber os valores atrasados do INSS assim que tiver o benefício concedido

Para a aposentadoria, por exemplo, o INSS tem o prazo de 90 dias para liberar o benefício. Já o auxílio-doença deve ser concedido em até 45 dias, enquanto a pensão por morte tem o prazo de 60 dias.

Por que complementar a aposentadoria do INSS?

Contribuir com o INSS é indispensável para ter seus direitos básicos garantidos, mas não pode ser seu único plano para a aposentadoria.

Como vimos, as exigências aumentaram e o valor da aposentadoria diminuiu desde a Reforma da Previdência. Essas mudanças foram consequência do crescente déficit da Previdência Social.

Com o envelhecimento da população e tendência de inversão da pirâmide etária, o sistema público deve ficar cada vez mais sobrecarregado e o rombo pode aumentar nos próximos anos.

Por isso, é importante pensar desde já em formas de complementar sua aposentadoria para ter uma renda digna na terceira idade, sem ter que contar apenas com a pensão do INSS.

Como complementar a aposentadoria do INSS?

Você tem várias opções para complementar a aposentadoria do INSS e ter uma garantia de renda para a terceira idade.

Uma alternativa popular é fazer um plano de previdência privada. Esse tipo de investimento é dividido entre uma fase de arrecadação e outra de usufruto.

Dessa forma, você passa anos fazendo aportes e, quando for se aposentar, pode escolher como quer receber esse dinheiro com os rendimentos.

É possível receber, por exemplo, uma renda vitalícia, uma renda que é passada aos herdeiros ou ainda fazer retiradas como quiser.

Outra opção é fazer investimentos a longo prazo por conta própria e garantir uma reserva financeira para o futuro. 

No Tesouro Direto, por exemplo, você pode escolher títulos de longo prazo como o Tesouro IPCA, que rende de acordo com a inflação mais uma taxa de juros fixa.

Também existem letras de crédito, as famosas LCI e LCA, com prazos longos e rendimentos interessantes.

Há ainda a alternativa de investir em imóveis com potencial de valorização para a venda futura.

Se preferir, você pode aplicar dinheiro em um Fundo de investimento imobiliário (FII) para ganhar com locações sem precisar adquirir uma propriedade.

Entendeu para que serve o INSS e por que é importante ter esse seguro? Veja também o que é a regra 1-3-6-9 e aprenda a poupar para uma aposentadoria tranquila.

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